Goiânia

R$ 790 MILHÕES – MPF denuncia três empresários de Goiás por sonegação fiscal em comércio atacadista de ouro

Cifra quase bilionária deveria ter sido recolhida na forma de IRRF, mas Receita Federal detectou movimentações e pagamentos não informados entre os anos de 2016 e 2018

O Ministério Público Federal (MPF) apresentou, nesta semana, denúncia à Justiça Federal contra três empresários de Goiás – dois homens e uma mulher – por crime contra a ordem tributária.

De acordo com as investigações, os denunciados, na condição de sócios e administradores da empresa RJR Minas Export Eireli, que atua no ramo de comércio atacadista de ouro e produtos minerais, em Goiânia, teriam sonegado mais de R$ 790 milhões aos cofres públicos, que deveriam ter sido recolhido em Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF).

A denúncia já foi recebida pelo juiz da 5ª Vara da Seção Judiciária de Goiás, Omar Bellotti Ferreira, de tal fora que os empresários se tornaram réus na ação penal ajuizada pelo MPF.

Conforme denúncia assinada pelo procurador regional da República Célio Vieira da Silva, a Receita Federal constatou que foram efetuados diversos pagamentos a pessoas físicas e jurídicas, além de outros pagamentos sem a identificação do beneficiário (saques com cartão, compras a débito, pagamento de boletos, títulos, cobranças e cheques), referentes ao período de 2016 a 2018.

“Os referidos pagamentos não foram registrados nas contabilidades apresentadas à Receita Federal, impossibilitando a verificação de quais eram os documentos fiscais que deram origem aos pagamentos e que pudessem comprovar as operações realizadas e as causas”, ressaltou o procurador, na denúncia.

O documento apresentado pelo MPF à Justiça ainda contém as planilhas elaboradas no âmbito de procedimento administrativo fiscal instaurado pela Receita Federal, demonstrando todos os pagamentos sujeitos à comprovação e as transcrições do relatório fiscal que indicam a destinação de pagamentos não comprovados aos empresários; e movimentações de contas bancárias ligadas à empresa.

O valor total em impostos sonegados, de acordo com a Receita Federal, foi de R$ 790.287.982,75, em valores atualizados, considerando os impostos devidos, juros de mora e multa proporcional.

O crime apurado nas investigações e denunciado pelo MPF está previsto no artigo 1º, inciso I, da Lei nº 8.137, de 27 de dezembro de 1990 (omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias), com pena de prisão de dois a cinco anos, além de multa.

Na denúncia, o MPF também pede aumento da pena por crime praticado de forma continuada (artigo 71 do Código Penal) e pelo grave dano à coletividade (artigo 12, inciso I, da Lei n.º 8.137/90). [Informações da Assessoria de Imprensa do Ministério Público Federal em Goiás/MPF-GO, em Goiânia]

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