Polícia Civil aguarda laudo para deteminar causas da morte de adolescente às margens de cachoeira após desaparecer em Formoso
Corpo de Cássio Gabriel Gomes da Silva Filho, de 14 anos, foi encontrado no dia 19 dentro de um rio existente numa espécie de clube que fica dentro de uma área pública da cidade: Delegacia Regional da Polícia Civil de Porangatu investiga possível envolvimento de três adolescentes que acompanhavam Cássio quando do sumiço, no dia 17
O delegado-titular da 12ª Delegacia Regional da Polícia Civil (12ª DRP) com sede em Porangatu, Stanislao Mont’Serrat Garcia Neves, disse no final da manhã desta segunda-feira/29 que a unidade sob seu comando ainda aguarda a emissão do laudo cadavérico da Polícia Técnico-Científica, que irá determinar as causas da morte do adolescente Cássio Gabriel Gomes da Silva Filho, de 14 anos.
O garoto fora achado morto em Formoso por equipes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros por volta das 11h45 da sexta-feira/19 nas águas do Clube Municipal Cachoeira, às margens do Rio Formoso, que corta a cidade de 4,6 mil habitantes localizada entre Santa Tereza de Goiás e Campinaçu.
De acordo com os organismos de Segurança Pública, a mãe do adolescente – Leidiana Gomes da Silva – 37 anos – relatou que, por volta das 15 horas da quarta-feira/17, seu filho e outros três adolescentes – de 15, 16 e 17 anos – foram até o local para refrescar-se do forte calor, fazendo uso de bebidas alcóolicas.
Dado o desaparecimento repentino de Cássio Gabriel, a PM de Formoso realizou diligências e conseguiu encontrar os menores que o acompanhavam.
Eles disseram que o colega havia ficado no campo de futebol na Praça das Mães, região central da cidade, por volta das 21 horas. Todavia, os militares em serviço naquele dia não conseguiram confirmar tal informação e acionaram o Conselho Tutelar de Formoso para acompanhar o caso.
Já na presença do conselheiro tutelares da cidade, os três menores negaram que tivesse ocorrido qualquer tipo de desentendimento entre eles com Cássio Gabriel, negando também a possibilidade de que o adolescente pudesse ter se afogado horas antes, naquele dia.
Porém, após um determinado tempo de conversa, o adolescente de 17 anos apresentou um fato novo e informou que Cássio realmente havia desaparecido nas águas do Rio Formoso; e que ele próprio teria efetuado uma busca, sem encontrar o colega. Tal versão fora confirmada pelos outros dois adolescentes, de 15 e 16 anos.
Diante dessas informações, a PM foi com os três adolescentes até a margem do rio, sem que nada fosse encontrado de anormal nesse primeiro momento, o que foi registrado com imagens.
Na sequência, os militares conduziram os três adolescentes para a Delegacia da Polícia Civil de Formoso para o registro formal dos fatos, também na presença do Conselho Tutelar da cidade.
AS BUSCAS, PELOS BOMBEIROS – Ainda na tarde da quinta-feira do dia seguinte ao desparecimento de Cássio Gabriel, uma equipe de resgate e salvamento do Corpo de Bombeiros de Porangatu fora acionada pela PM, para dar início às buscas pelo corpo do adolescente.Num primeiro momento, o trabalho foi realizado em linha reta às margens de um pequeno rio, tanto do lado direito como do lado esquerdo, sem êxito. Depois, percorreu-se 600 metros rio acima, com retirada de galhadas e busca visual, novamente sem sucesso.
Com o anoitecer, a varredura dos Bombeiros na área foi interrompida e retomada somente logo às 6 horas da manhã da sexta-feira/19.
Foi quando que – por volta das 8h30 daquele dia, com a ampliação da área inicial das buscas – a guarnição deparou-se com dois pontos do rio onde havia forte odor. Porém, tratava-se apenas da carcaça de animais mortos.
Na sequência, quando os Bombeiros retornaram ao ponto inicial da operação, a PM informou que o cadáver de Cássio Gabriel havia sido encontrado submerso nas proximidades de uma ponte que dá acesso à Formoso.
Retirado para as margens do rio, o corpo do adolescente foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) de Porangatu sendo liberado para o sepultamento que ocorreu no sábado/20 em Mutunópolis, onde nasceu.
O QUE DISSE O DELEGADO REGIONAL DE PORANGATU – Stanislao Mont’Serrat informou que, neste final de semana, requereu urgência à Polícia Técnico-Científica de Porangatu para a conclusão do laudo elaborado pelo perito, que determinará as reais causas da morte do adolescente de 14 anos em Formoso.Todavia, o delegado-titular da 12ª DRP comentou que, dada as versões conflitantes apresentadas à PM e PC pelos três garotos que estavam com Cássio Gabriel no clube em Formoso, nenhuma hipótese para o fato pode ser descartada no presente momento, tanto sobre uma possível queda seguida de afogamento quanto de um ato infracional equivalente ao crime de homicídio. No corpo, havia uma pequena marca de pancada na parte superior da testa.
“Existe sim a suspeita de participação desses menores, seja através de uma brincadeira de mau-gosto (um empurrão, por exemplo) ou até mesmo de o terem matado. Uma coisa é encontrarmos uma pancada no corpo de uma pessoa que já está afogada que, pela movimentação no curso do rio, pode fazer com que a cabeça bata em alguma pedra, por exemplo; e outra coisa é a eventual descoberta de que houve a pancada no corpo da pessoa quanto ela ainda está viva. Como ainda não sei exatamente como se deu o afogamento, o laudo é essencial e será esclarecedor para sabermos se houve algum tipo de violência antes dele (Cássio Gabriel) se afogar”, comentou o delegado-regional de Porangatu.
Stanislao Mont’Serrat está respondendo provisoriamente pelas atribuições da DP de Formoso, durante as férias do delegado-titular da unidade, Jarder Bruno de Sousa Vieira.
FAMÍLIA DO ADOLESCENTE É DE NIQUELÂNDIA – Familiares do adolescente achado morto no Clube da Cachoeira em Formoso contaram ao Portal Excelência Notícias que, muito embora Cássio Gabriel tenha nascido em Mutunópolis, ele passou a infância com seus pais em Niquelândia.Depois, o casal regressou para residir novamente em Mutunópolis onde moravam os avós paternos do menino.
Com a separação do casal, o adolescente permaneceu morando em Mutunópolis com o pai e os avós, enquanto sua mãe fixou residência em Formoso. Cássio Gabriel foi visitá-la durante suas férias escolares, quando ocorreu a tragédia.