Caiado detalha experiência de Goiás na Segurança Pública em fórum nacional no litoral paulista
Com o tema “Da teoria à prática: Soluções em Segurança Pública”, debate em Guarujá/SP discorreu sobre necessidade nacional de combate aos grupos e facções criminosas e o tráfico de drogas: governador de Goiás ressaltou que sua gestão isolou líderes dentro dos presídios e proibiu visitas íntimas
Em debate realizado pelo “Fórum Esfera Nacional – Conexões para Discutir o Brasil”, o governador Ronaldo Caiado (UB) afirmou no final de semana, em Guarujá/SP, que as forças policiais de Goiás estão preparadas para salvar e proteger as pessoas.
“A população goiana vive em paz, transitando sem medo e sem ter um metro quadrado comandado por bandido ou facção”, disse Caiado na manhã do último sábado/8, por ocasião do evento na cidade do Litoral Sul de São Paulo.
Com o tema “Da teoria à prática: Soluções em segurança pública”, o Fórum também teve a participação do secretário nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça, Mário Sarrubbo; do governador do Rio de Janeiro; Cláudio Castro; do presidente global da Central Única das Favelas/Cufa, Preto Zezé,; e do criminalista e professor de Direito Penal da Universidade de São Paulo/USP, Pierpaolo Bottini.
O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, também acompanhou o evento, mediado pelo jornalista William Waack.
A Esfera Brasil é uma organização que se intitula apartidária, criada para fomentar o pensamento e diálogo sobre o Brasil, e reúne empresários, empreendedores e a classe produtiva.
A proposta é ser um polo aglutinador entre empresas, governos e instituições, estimulando debates.
Uma das principais pautas dos participantes foi a necessidade nacional de combate aos grupos e facções criminosas e o tráfico de drogas.
Em meio às discussões, Caiado ressaltou que é preciso coragem para tomar medidas duras, como, por exemplo, o isolamento de líderes dentro dos presídios e a proibição de visitas íntimas.
“No meu Estado não tem visita íntima para estuprador ou faccionado”, afirmou Caiado, de forma taxativa.
O governador do Rio, por seu turno, destacou que a legislação brasileira é retrógrada e favorece a criminalidade, com a prática das polícias prendendo traficantes e o sistema judiciário, muitas vezes, soltando os criminosos, logo em seguida. Ele também enfatizou que o país precisa reforçar o combate à lavagem de dinheiro.
“O crime organizado hoje funciona pelo sistema financeiro tradicional”, disse Claudio Castro.
Mário Sarrubo argumentou que o governo federal tem trabalhado para construir políticas públicas para coibir o crime organizado em nível nacional.
”É preciso estabelecer diretrizes, olhar a atividade criminosa como um todo, combater a corrupção de agentes públicos. Segurança pública é uma questão de direitos fundamentais, mas, também, econômica”, disse Sarrubo”, disse o secretário nacional da área no MJ.
Ele acrescentou que, por isto, uma das estratégias é o fortalecimento do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão federal ligado ao Banco Central do Brasil.
O QUE DISSE A CUFA – “No Brasil, a segurança pública ainda não respirou os ares da redemocratização. Ao invés de importar soluções de outros países, é preciso conhecer as soluções que estão sendo criadas aqui, como, por exemplo, a de Goiás”, afirmou Preto Zezé, presidente da Cufa.
Além disso, ele afirmou que o Brasil precisa voltar a ter conversas como às promovidas pelo evento, mesmo com divergências.
A posição de compartilhar experiências e, principalmente, informações, também é defendida pelo advogado Pierpaolo Bottini.
“Para combater máfias internacionais, o governo federal deve organizar as informações nacionais de criminalidade”, disse o professor de Direito Penal da universidade paulista.
SEGURANÇA PÚBLICA EM GOIÁS – Para combater o crime organizado, Goiás determinou três eixos, conforme dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP-GO): integração, inteligência e integridade.
O objetivo é impedir a atuação das organizações criminosas desde a perspectiva da própria atividade criminosa até o plano da recuperação dos desvios praticados pelo grupo infrator.
Além disso, foi criada a Superintendência de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado, no âmbito da SSP-GO, em parceria com as delegacias especializadas, como a Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra a Administração Pública (Dercap) e a Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra a Ordem Tributária (DOT). [Informações da Secretaria Estadual de Comunicação – Governo de Goiás]