Colégio Militar de Niquelândia é oficialmente instalado pelo Comando de Ensino da PM: capitão assume como primeiro diretor
Apesar de algumas resistências à mudança na gestão da Unidade Paulo Francisco da Silva, formalizada ano passado, fila de espera por novas vagas é praticamente igual ao número de alunos matriculados atualmente após a fase de transição: evento ocorreu na manhã desta sexta-feira/23 na cidade do Norte do Estado
Com 32 anos de carreira na Polícia Militar (PM), o capitão José Edivaldo Vieira foi oficialmente empossado como o primeiro comandante e diretor do Colégio Estadual da Polícia Militar (CEPMG) Paulo Francisco da Silva no final da manhã desta sexta-feira/23 em Niquelândia, no Norte do Estado.
Ele foi designado para o cargo através de portaria assinada na última quarta-feira/21 pelo coronel André Henrique Avelar de Souza, atual comandante-geral da PM no Estado.
O evento também marcou a incorporação definitiva do antigo Colégio Estadual de Período Integral (Cepi) niquelandense entre as 82 unidades atualmente administradas pelo Comando de Ensino da Polícia Militar de Goiás (CEPMG) sediado em Goiânia.
Atual subcomandante estadual de ensino da corporação, o tenente-coronel Tairo Ciloé de Oliveira conduziu a rápida solenidade na quadra coberta da escola, na presença do deputado estadual Júlio Pina (Solidariedade); de policiais militares da reserva remunerada que lecionam na escola; de demais educadores, de diversas autoridades (como o secretário municipal de Educação, Wesley Campos; o comandante local da PM, tenente Flávio Taveira Guimarães e o delegado Cássio Arantes do Nascimento); e cerca de 200 alunos da instituição.
Júlio Pina, como se sabe, foi o principal articulador junto ao governador Ronaldo Caiado (UB) para que a escola localizada na região central de Niquelândia foi transformada em unidade militar pelo Governo de Goiás.
O local também passa por obras de reforma e ampliação com R$ 3,4 milhões em recursos destinados pelo Estado também graças ao trabalho do deputado estadual, que foi o mais votado em Niquelândia nas eleições de 2022.
O deputado também se comprometeu a destinar recursos no orçamento da Educação estadual à futura construção de arquibancadas de alvenaria na quadra da escola.
Com 588 alunos matriculados nos períodos da manhã e tarde, o Colégio Militar de Niquelândia oferece Educação Básica desde o 6º ano do Ensino Fundamental até o 3º ano do Ensino Médio.
Além do currículo regular da Secretaria Estadual de Educação (Seduc), a abordagem é focada na disciplina e nos valores militares.
Isso inclui cabelos cortados totalmente à máquina para os alunos e presos por coque/rabo de cavalo para as alunas. Nas camisetas de cor cáqui, existe um bordado com o nome de cada estudante.
Neste primeiro momento, está sendo permitido aos alunos/alunas o uso de calças jeans até que o Estado conclua os trâmites legais para a implantação do Programa Bolsa Uniforme anunciado no final do ano passado pela primeira-dama Gracinha Caiado.
A iniciativa, segundo Júlio Pina, será voltada ao atendimento de pais, mães e responsáveis por estudantes das unidades de ensino geridas pela corporação para a aquisição do fardamento a ser utilizado nas aulas.
RESISTÊNCIAS À MUDANÇA – Porém, apesar de todo o viés positivo que existe sobre os colégios militares em Goiás na formação dos futuros cidadãos, capitão Vieira fez ponderações bastante importantes sobre as fases anteriores à implantação da unidade, na entrevista exclusiva que concedeu Portal Excelência Notícias no início da tarde de hoje.
De acordo com o comandante e diretor da unidade, embora o projeto de transformação do antigo Cepi tenha sido bem aceito pela sociedade niquelandense em geral, houve resistência de alunos, de seus pais e até mesmo de educadores que davam aulas na escola, quando da realização das audiências públicas que debateram a conversão para o modelo atual.
“Apesar de tudo, hoje temos bons profissionais aqui na gestão do (colégio) Paulo Francisco para que conseguíssemos implementar o belo trabalho que agora está sendo feito. Quando se falou em colégio militar aqui em Niquelândia, alguns acharam que estávamos vindo (a PM) para tomar o lugar de outras pessoas. Mas, na verdade, a Polícia Militar assumiu esse colégio para unir forças com esses professores para que possam oferecer um ensino de excelência aos nossos alunos”, afirmou o diretor do CEPMG de Niquelândia.
Ainda de acordo com o comandante da escola militar, apesar dos recorrentes casos de indisciplina de muitos alunos sob o antigo método de gestão, o corpo discente que encerrou o ano letivo de 2023 na escola teve prioridade para a rematrícula este ano.
Diante desse quadro, havia a expectativa de que parte desses alunos com problemas de comportamento em sala de aula desistissem de continuar no antigo Cepi para que as vagas remanescentes dessa transição fossem ofertadas aos estudantes interessados em pedir transferência de suas escolas para adquirirem conhecimento por meio do colégio militar. Porém, o resultado desse processo surpreendeu o comandante e diretor.“Hoje, boa parte dos alunos que talvez poderiam nos dar algum ‘trabalho’, estão encabeçando esse início do nosso colégio militar de uma forma que ninguém esperava. Então, não houve um grande número de desistências e hoje, por conta disso, a nossa fila de espera por novas vagas é praticamente o mesmo número de alunos que estão matriculados conosco”, detalhou o capitão.
25 ANOS DE HISTÓRIA EM 2023 – Embora tenha sido instituído por uma lei estadual de julho de 1976, o primeiro CPMEG foi instalado oficialmente somente 23 anos depois – em novembro de 1998, com 440 alunos e apenas seis salas de aula – sob a denominação “Coronel Cicero Bueno Brandão” dentro da Academia de Policia Militar, em Goiânia, abrindo vagas também para jovens que não eram filhos de policiais.
No ano passado, decorridos 25 anos de sua efetiva criação, a metodologia dos CPMEGs tem superado formas conservadoras de organização e gestão, se apresentando como uma forma alternativa, criativa e participava para que os alunos – principais atores principais do processo ensino-aprendizagem – se tornem cidadãos produtivos e conscientes de seus direitos e obrigações.
O QUE DISSE O SUBCOMANDANTE ESTADUAL DE ENSINO DA PM – “O deputado (Júlio Pina) citou o exemplo do filho dele, hoje cursando Medicina, que estudou no CEPMG Vasco dos Reis, que eu comandei em Goiânia. Então é isso que nós esperamos que vocês (os alunos do colégio militar de Niquelândia) se esforcem e façam cada um o seu melhor, para que tenham um grande futuro em suas vidas. A nossa parceria com a Seduc foi crescendo pouco a pouco e deu certo, com o surgimento de novos colégios militares, que foram se destacando na qualidade de ensino. Existem pessoas que acreditam que o correto é combater o crime com violência e com força. Mas nós aprendemos que isso é possível de ser feito levando amor e carinho aos jovens, desviando-os do caminho do mal”, afirmou o tenente-coronel Tairó Ciloé, que representou, no evento em Niquelândia, o atual comandante estadual de ensino da PM, coronel Luciano Magalhães.