Goiânia/Niquelândia

Empresário de Niquelândia, que sofreu acidente em dezembro, morre aos 43 anos no Hugo em Goiânia

Gilvan Bras da Silva ficou internado durante 31 dias na capital: ele e uma funcionária do motel de sua propriedade estavam numa moto pilotada pelo empresário, que foi atingida na traseira por uma picape Strada: condutor de veículo, que ingeriu bebida álcoolica e fugiu do local do acidente, apresentou-se à Polícia Civil de Niquelândia dois dias após a batida

O empresário Gilvan Bras da Silva – de 43 anos, que morava em Niquelândia – morreu às 8h10 desta quinta-feira/18 no Hospital de Urgências de Goiás (Hugo) em Goiânia, após ficar 31 dias internado em estado gravíssimo na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do local, na capital.

Pessoa bastante querida na cidade do Norte do Estado, ele não resistiu às complicações de saúde em seu quadro clínico em decorrência do gravíssimo acidente de trânsito que sofreu no último dia 16 de dezembro, na GO-237/Rodovia da Fé.

Naquele dia, por volta das 19 horas, ele pilotava na rodovia uma motocicleta nas proximidades de um pesque-pague – a cerca de um quilômetro do motel de sua propriedade – para retornar à sua casa na região central do município, levando consigo na garupa sua funcionária Daiz Santos de Bastos, de 26 anos.

Porém, em dado momento, a motocicleta de Gilvan Braz foi atingida violentamente na traseira por uma picape Fiat Strada, ano 2009, cor verde, que era dirigida pelo pintor automotivo Johnathan Félix de Morais Martins, de 34 anos, morador no Conjunto Setha.

Com o impacto da batida, o empresário foi arremessado à uma certa distância do local da colisão, sofrendo diversos ferimentos, dentre eles uma grave lesão na coluna cervical.

Socorrido inicialmente pelo Corpo de Bombeiros ao Hospital Municipal Santa Efigênia, Gilvan Braz foi transferido de Niquelândia para o Hospital do Centro Norte Goiano (HCN) em Uruaçu e, posteriormente, para a UTI do Hugo onde morreu nesta manhã.

Durante a internação, o empresário passou por várias intervenções cirúrgicas – dentre elas, duas de grande porte na região cervical.

Gilvan Bras corria o risco de ficar tetraplégico – quando ocorre a perda dos movimentos do corpo do pescoço para baixo –  caso tivesse sobrevivido à tragédia que acometeu ele e sua família ao longo do último mês.

A funcionária do motel, por seu turno, fraturou um braço e passou por cirurgia no HCN em Uruaçu. Ela também sofreu diversas lesões e um corte profundo na cabeça, como consequência do acidente. Após alguns dias de internação, Daiz recebeu alta e segue se recuperando em casa, em Niquelândia.

O QUE DIZ A POLÍCIA CIVIL – De acordo com o delegado titular da Delegacia Municipal da Polícia Civil em Niquelândia, Gerson José de Sousa, o motorista causador do acidente que culminou inicialmente com a internação de Gilvan Bras, responderia processo por crime de lesão corporal grave e embriaguez ao volante já que teria confessado, em depoimento, que ingeriu bebidas alcóolicas horas antes da batida.

Quando da colisão com a traseira da moto do empresário, sempre de acordo com o delegado, o condutor da picape Strada fugiu do local, sem prestar socorro à Gilvan Bras e sua funcionária.

Dois dias após o acidente – na segunda-feira, dia 18 de dezembro – Johnathan Félix apresentou-se de forma espontânea à autoridade policial para dar sua versão sobre o ocorrido.

A PALAVRA DO DELEGADO – “Ele [o motorista da Strada] admitiu que estava retornando de uma fazenda, onde havia bebido cerveja. Embora não tenhamos a comprovação técnica [pelo bafômetro, já que o motorista evadiu-se local], nós [a PC] temos a confissão dele [Johnathan] de que estava [dirigindo] sob o efeito de álcool. Ele nos contou que fez a ultrapassagem de um ônibus e, quando retornou para a pista de origem, não teria conseguido se desvencilhar da traseira da moto do empresário [Gilvan] – que estava logo à frente do ônibus – provocando assim o acidente. Tudo indica que [o acidente] foi causado pela falta de atenção dele [Johnathan], mas todos os fatos ainda estão sendo apurados”, explicou o delegado Gerson de Sousa, em entrevista ao Portal Excelência Notícias no início da tarde de hoje.

Porém, com o falecimento de Gilvan Bras,  a autoridade policial detalhou que o pintor automotivo passa agora a responder ao inquérito policial por lesão corporal contra a passageira da moto [Daiz] e por homicídio  inicialmente culposo – quando não há a intenção de matar –  pela morte do piloto da moto.

Porém, o delegado não descarta o indiciamento de Jonhathan pela tese de “dolo eventual”. Ou seja, nos casos em que o homicídio culposo no trânsito ocorre sob o efeito de álcool, o motorista assume o eventual risco de produzir o efeito “morte” em decorrência do acidente, podendo assim ter sua pena agravada pela Justiça quando da proclamação da sentença.

VELÓRIO E ENTERRO – O advogado Mildo Ferreira Rodrigues, pessoa muito próxima da família de Gilvan Bras, está em Goiânia prestando auxílio aos parentes do empresário para os trâmites burocráticos à liberação do corpo para o velório e sepultamento em Niquelândia, em horários a serem definidos.

Ele explicou que, como a morte de Gilvan se deu de forma violenta, em decorrência do acidente no mês passado, o corpo do empresário foi removido do Hugo para o Instituto Médico Legal (IML) da capital, que irá determinar as reais causas do óbito para que o corpo possa ser liberado à funerária para o transporte da capital até a cidade do Norte do Estado.

Dada a burocracia existente nesse sentido, a expectativa do advogado é que o caixão com o corpo de Gilvan Bras chegue em Niquelândia somente no final da noite de hoje ou no decorrer da madrugada desta sexta-feira/19. Essa reportagem poderá ser atualizada a qualquer momento.

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