Comandante-geral da PM e presidente da associação de oficiais repudiam áudio de vereador que criticou blitzes da corporação em Niquelândia

A Associação dos Oficiais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros do Estado de Goiás (Assof-GO) e o Comando-Geral da PMGO, ambos com sede em Goiânia, manifestaram-se fortemente contrariadas, em documentos distintos, com as palavras do vereador João Paulo de Paiva Euzébio (Solidariedade), de Niquelândia, que criticou a realização de blitzes de trânsito realizadas pela corporação pela cidade do Norte do Estado, na última semana.

“Será que é por que é final de ano e estão querendo ganhar dinheiro? Isso é uma vergonha, o pessoal não pode nem mais vir trabalhar mais – do Centro para o Jardim Atlântico e do Jardim Atlântico para o Centro – porque, às vezes, não tem habilitação ou está com documento atrasado, enquanto uns matando os outros com pedrada e ninguém fala nada. Agora, pegar moto dos trabalhadores pra isso eles (a PM) estão servindo à cidade”, disse o vereador, mais conhecido como João Paulo da Global, em áudio veiculado em grupos de WhatsApp em Niquelândia.

Para a Assof, ao criticar a atuação dos 13 aspirantes a soldados que estão em treinamento operacional nas ruas de Niquelândia, o parlamentar maculou a imagem da PMGO pois, ao fazer a bliz mencionada no áudio, realiza suas atividades com a finalidade de garantir a manutenção da ordem pública, uma prerrogativa da corporação que é garantida pelo Decreto-Lei 88.777/83.

“Dessa forma, é notório a calúnia em relação aos Policiais Militares de todo o Estado e o dano à imagem do Estado de Goiás e da Polícia Militar”, afirmou o diretor-presidente da Assof, Allan Pereira Cardoso, que é coronel da PM, no documento divulgado na última sexta-feira/15.

Nesse sentido, a Assof encaminhou tal manifestação à Procuradoria-Geral do Estado (PGE) solicitando providências no âmbito judicial e administrativo, em desfavor do vereador de Niquelândia, “que sejam necessárias para corrigir e evitar danos que podem ser causados aos policiais militares e toda a sociedade”, nas palavras do coronel Allan.

O oficial da PM requereu ainda que, caso a PGE julgue improcedente o pedido da Assof, “que sejam adotadas medidas no sentido de reparar os danos morais sofridos pela Polícia Militar do Estado de Goiás”, concluiu o coronel.

O QUE DISSE O COMANDO-GERAL DA PM – Assinada pelo coronel André Henrique Avelar de Sousa, a “Nota de Repúdio” do Comando-Geral da PM na capital foi ainda mais enfática na defesa das ações de Segurança Pública na região do 18º CRPM de Uruaçu, no qual estão inseridos os militares lotados no 14º Batalhão da Polícia Militar (14º BPM) em Uruaçu e na 3ª Companhia Destacada da Polícia Militar (3ª CDPM) em Niquelândia.

“É decepcionante testemunhar insinuações que diminuem nosso trabalho incansável, pois as abordagens intensificadas não são meros eventos para ganhar dinheiro. Elas (as ações nas ruas) representam a expressão viva de nossa constante luta pela Segurança, manutenção das leis e pelo bem-estar de todos os cidadãos de bem”, afirmou o comandante-geral da PM.

Ainda de acordo com o coronel, o veemente trabalho da corporação no combate à criminalidade, através dos bloqueios policiais, são alicerces vitais para dissuadir e inibir ações transgressoras, ou seja, diferentemente da argumentação da fala gravada pelo vereador do município.

“O recente reforço de alunos-soldados no 18º CRPM, área que abrange o município de Niquelândia, é um investimento no aprimoramento do serviço prestado à população. Esses novos membros chegaram fortalecendo ainda mais o contingente já existente, aumentando nossa capacidade de resposta e de abordagens. Não estamos aqui para sermos desmerecidos ou desrespeitados e seguiremos com a certeza de que a PMGO não se curva diante da desinformação, pois cada crítica infundada será sempre silenciada pelo eco retumbante de nossas ações”, disse o comandante-geral da PM. [Com informações da Assof-GO e da PMGO, em Goiânia]