Caiado detalha controle de facções criminosas em presídios de Goiás durante audiência na Câmara dos Deputados, em Brasília
Governador detalhou medidas como suspensão de visitas íntimas a faccionados, trabalho integrado das forças de segurança e os programas de reinserção social
Os resultados obtidos por Goiás na segurança pública, sobretudo devido ao controle do sistema penitenciário, credenciaram o governador Ronaldo Caiado a participar, nesta terça-feira (28), de uma audiência pública sobre “a separação de presos por facções criminosas”.
Realizado na Câmara dos Deputados, em Brasília, o evento reuniu autoridades e especialistas na área para discutir a forma como os faccionados cumprem pena no Brasil, bem como propor estratégias de comando interno para combater o crime organizado.
AUDIÊNCIA – Autor da audiência pública, o deputado federal Capitão Alden (BA) assina um projeto de Lei que defende “alinhar o sistema prisional brasileiro ao que prevê a legislação, separando presos apenas por critérios legais e objetivos”, e não por facções.
O parlamentar convidou Caiado para fomentar o debate, apresentando as “boas práticas” adotadas em Goiás para garantir a ordem e impedir o comando de crimes a partir dos presídios.
Primeiro convidado a falar, Caiado apontou medidas de sua gestão como protagonistas no êxito do controle penitenciário, como o isolamento de lideranças criminosas bem como o rigor na inspeção do que entra e sai dos presídios.
Além disso, em Goiás, houve a suspensão de visitas íntimas a faccionados, trabalho integrado das forças de segurança e os programas de reinserção social.
“Em Goiás, quem manda é o Estado, não a facção”, garantiu o governador, que participou do evento de forma remota.
POLÍCIA PENAL – Caiado lembrou da criação da Polícia Penal e do preparo de seus integrantes para a função.
Também mencionou a oferta de oportunidades aos que demonstram interesse em aprender uma profissão.
O governador comentou que percebeu, ao chegar numa penitenciária em Goiás, que o local era limpo e asseado. Cada detento cumpria sua pena, e aqueles que desejavam se ressocializar e estudar estavam aproveitando essas oportunidades.
Caiado destacou que o Estado, em parceria com a iniciativa privada, mantém galpões que ensinam noções de oficina mecânica, marcenaria, construção civil, confecção, entre outros.
“Goiás hoje é um exemplo dessa ressocialização. Os faccionados, responsáveis pela hierarquia dentro do crime, são 100% isolados e não têm acesso algum para continuar determinando regras, como era anteriormente. Para terem ideia do quanto tem surtido efeito, no momento em que organizamos o sistema penitenciário de Goiás, conseguimos levar a criminalidade a patamares ínfimos, insignificantes”, pontuou.
De 2019 a 2024, o Estado investiu mais de R$ 350 milhões no sistema penitenciário goiano. Os recursos foram empregados na aquisição de veículos e armamento; reforma e construção de unidades; compra de computadores, mobiliário e artigos hospitalares, entre outros.
EXEMPLO PARA O BRASIL – A audiência também abriu espaço para discussão de outros tópicos.
Durante a participação, o governador fez críticas à PEC do Sistema Único de Segurança Pública (Susp) e ao uso de câmeras em fardas policiais.
Caiado disse que o colapso da segurança no Brasil é tão grande que o País “caminha a passos largos para um processo de narcoestado”.
E lamentou que, depois de tantos anos, a sensação de insegurança tenha entrado no radar das pesquisas como sendo uma preocupação para os brasileiros.
Durante o evento, o deputado federal Alberto Fraga afirmou que Caiado deu o exemplo do que pode ser feito no Brasil, uma referência à segurança pública do Estado.
“Estivemos lá e eu saí encantando com o que eu vi. O que falta às autoridades brasileiras é coragem, coisa que não faltou ao governador Caiado”, enfatizou o parlamentar, que é coordenador da Frente Parlamentar de Segurança Pública.
Além do governador goiano, participaram da audiência pública a professora da Universidade Federal do ABC, Camila Nunes Dias, e a deputada federal por Minas Gerais, Ione Barbosa (Avante), que é delegada da mulher da PC-MG.
Também estiveram presentes o diretor de Inteligência Penal da Secretaria Nacional de Políticas Penais, Antônio Glauter; o juiz de Direito Douglas de Melo Martins; e o pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico do CNPQ, Murilo Ribeiro de Lima. [Informações da Secretaria Estadual de Comunicação/SECOM – Governo de Goiás]




