Niquelândia

Professores aceitam contraproposta da prefeitura sobre retroativos e encerram greve por melhores salários em Niquelândia

Administração do prefeito Eduardo Moreira concordou em pagar, nos três primeiros meses de 2026, diferenças salariais dos meses de abril, maio e junho de 2025, referentes aos percentuais de 4,5% e 1,77% que serão aplicados agora e em outubro, respectivamente: proposta anterior não contemplava retroativos, o que havia motivado decisão por greve geral semana passada

Em assembleia realizada na manhã desta segunda-feira/16 no auditório do Sindicato dos Trabalhadores na Educação de Goiás (Sintego) professores da rede municipal de ensino de Niquelândia decidiram aceitar contraproposta proposta da prefeitura da cidade sobre o pagamento de retroativos e encerrar a luta por melhores salários. Dessa forma, as aulas serão retomadas normalmente nesta terça-feira/17.

Como se sabe, a entidade que representa a categoria reivindicava 6,27% de reajuste salarial, correspondente ao percentual estabelecido pelo Ministério da Educação (MEC) para o Piso Superior Professor Nacional (PSPN) neste ano de 2025.

Sobre esse assunto, o acordo entre o Sintego e a administração do prefeito Eduardo Moreira (Novo) já havia sido praticamente selado na semana passada.

Àquela altura, houve entendimento entre as partes de que o reajuste seria concedido em duas parcelas, sendo a primeira de 4,5% agora no mês de junho; e a segunda de 1,77% a partir do mês de outubro.

Assembleia extraordinária do Sintego em Niquelândia, nesta manhã: Maria Silvestre, presidente da Regional Uruaçu/Niquelândia da entidade, apresentou proposta da prefeitura aos educadores [Foto: Patrícia Bastos – Especial para o Excelência Notícias]

Todavia, o impasse se mantinha na questão do pagamento das diferenças salariais retroativas aos meses de janeiro, fevereiro, março, abril e maio:  os professores, desde a quarta-feira/4, exigiam a totalidade dos pagamentos retroativos.

Por outro lado, a Prefeitura de Niquelândia estava disposta apenas ao pagamento do reajuste pleiteado, sem retroagir aos cinco primeiros meses deste ano.

Dessa forma, após 33 dias de paralisações parciais, a categoria deflagrou greve geral a partir da última quinta-feira/12, como resultado da assembleia realizada pelo Sintego na quarta-feira/11.

Maria Silvestre, presidente do Sintego em Niquelândia, enalteceu autonomia demonstrada pelo atual secretário de Educação da cidade na negociação entre a categoria e o prefeito Eduardo Moreira [Foto: Patrícia Bastos – Especial para o Excelência Notícias]
A PROPOSTA ACEITA – No final das contas, decidiu-se pelo “meio termo” entre a categoria e a Prefeitura de Niquelândia que, em proposta assinada pelo secretário municipal de Educação, Agripino Pessoa Sobrinho, reafirmou os percentuais de 4,5% e 1,77%, exatamente nas mesmas condições anteriormente estabelecidas na pauta de negociações.

O avanço – ainda que parcial – acabou se dando no pagamento das diferenças salariais retroativas: desta vez, a Prefeitura de Niquelândia ofereceu – e a categoria aceitou – os valores retroativos referentes somente aos meses de abril, maio e junho que serão pagos em três parcelas nos meses de janeiro, fevereiro e março de 2026.

Maria Silvestre, presidente do Sintego, com a proposta em mãos que fora apresentada pelo secretário de Educação de Niquelândia, com aval do prefeito Eduardo Moreira [Foto: Patrícia Bastos – Especial para o Excelência Notícias]
Já os servidores administrativos das escolas do município terão reajuste de 3% nos seus vencimentos: esses profissionais pleiteavam reajuste de 4,77% pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) na pauta enviada inicialmente pelo Sintego à prefeitura. Porém, na proposta anterior do município, nenhum reajuste havia sido ofertado aos funcionários administrativos.

“Foram, ao todo, 40 dias de paralisação e de uma negociação com muita luta, com grande resistência por parte da administração em nos conceder esse reajuste. Nesse caso, estamos pedindo aos vereadores que aprovem o projeto de lei com a máxima urgência para que entre (o reajuste) na folha de junho”, comentou a presidente do Sintego, Maria Silvestre da Silva

Ao final da assembleia – no microfone e também para o Excelência Notícias, em entrevista Maria Silvestre disse que a luta da categoria acabou tendo esse desfecho positivo graças à autonomia conquistada por Agripino Pessoa junto ao prefeito Eduardo Moreira na condução da Secretaria Municipal de Educação. Para ela, o atual titular da pasta conseguiu impor-se como um interlocutor eficiente entre o Sintego e o Poder Público, fato esse que rendeu inúmeros elogios públicos para Agripino nas manifestações dos professores antes que Maria Silvestre comandasse a derradeira votação.

“Nós observamos, sim, essa autonomia do secretário de Educação, o que é muito importante. Quem tem o conhecimento da realidade da Educação, e das leis que regem a Educação, é o secretário da pasta. E o secretário atual conhece toda a situação, que tem esse manejo dos números de todo o processo educacional do nosso município. Isso acabou sendo um ponto positivo. A nossa ex-secretária (Dalvania Botelho Pimentel) também tinha essa qualificação, mas nós entendemos que ela não tinha autonomia (nas negociações), o que agora fora permitido ao atual secretário”, detalhou a presidente do Sintego.

“O atual secretário da Educação possui todo esse manejo dos números de todo o processo educacional do nosso município. Isso acabou sendo um ponto positivo na negociação”, comentou Maria Silvestre ao Excelência Notícias [Foto: Patrícia Bastos – Especial para o Excelência Notícias]

PREFEITO COMENTA ENCERRAMENTO DA GREVE – Eduardo Moreira, prefeito de Niquelândia, estava em Goiânia na manhã desta segunda-feira/16, participando de uma audiência na Secretaria Estadual de Meio Ambiente, na companhia da primeira-dama Claudia Moreira, quando da realização da assembleia do Sintego na cidade do Norte do Estado.

A exemplo da entrevista concedida na semana passada, o chefe do Executivo reafirmou que sua gestão foi a única a conceder integralmente, nos últimos anos, o percentual do piso de 6,27% requerido pelo Sintego.

Sobre o desfecho de hoje, num tom de voz bastante sereno ao telefone, o prefeito disse estar alegre pela celebração do acordo que versou sobre o pagamento de 50% das diferenças salariais retroativas (junho, maio e abril, tenho a categoria aceitado abrir mão de março, fevereiro e janeiro) para cessar a greve.

“Fizemos essa nova proposta que foi aceita, o que me deixou muito feliz. O prejuízo, com as paralisações, era gigantesco tanto para os professores quanto para os alunos, pais de alunos e também para o Poder Executivo. Por isso é que nós (a administração) nos sensibilizamos com essa demanda dos nossos professores; e valorizamos a categoria como nenhum outro gestor valorizou”, afirmou Eduardo Moreira.

Ainda de acordo com o prefeito, a gestão sob seu comando já está se planejando para incluir, no Plano Plurianual (PPA) e na Lei Orçamentária Anual (LOA), recursos para garantir um eventual reajuste no piso salarial dos professores para 2026, caso o Ministério da Educação estabeleça novo percentual no começo do próximo ano.

“Queremos que, nos próximos anos, não ocorra o que ocorreu agora (a greve). Lembrando que, neste primeiro ano de mandato, nosso planejamento não tem nada de planejamento porque foi planejado pela gestão passada. No próximo ano, o que teremos é o planejamento da gestão Eduardo Moreira sendo efetivamente executado”, afirmou o prefeito de Niquelândia.

CALENDÁRIO DE REPOSIÇÃO – Agripino Pessoa, secretário de Educação, informou nesta tarde de segunda-feira que o calendário de reposição das aulas será tratado na próxima semana em reuniões com os diretores das escolas para que tal necessidade atenda as particularidades de cada unidade educacional da cidade.

“Fizemos essa nova proposta que foi aceita, o que me deixou muito feliz. O prejuízo, com as paralisações, era gigantesco tanto para os professores quanto para os alunos, pais de alunos e também para o Poder Executivo”, afirmou o prefeito Eduardo Moreira [Foto: Arquivo/Portal Excelência Notícias]

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