Prefeito de Niquelândia vistoria Hospital Municipal e CEO com promessa de solucionar problemas na pasta da Saúde
Eduardo Moreira e a secretária de Saúde, Bruna Rodrigues, realizaram um ‘pente fino’ nos dois prédios públicos na última sexta-feira/24: além de danos provocados por infiltração de água, decorrente de problemas nos telhados, laboratório de análises clínicas não está atendendo população, que também está sem poder fazer Raio X desde setembro do ano passado
O prefeito de Niquelândia, Eduardo Moreira (Novo), realizou na última semana uma vistoria detalhada no Hospital Municipal Santa Efigênia e no Centro de Especialidades Odontológicas (CEO), acompanhado da secretária municipal de Saúde, Bruna Rodrigues.
Durante a inspeção realizada pelo chefe do Executivo, foram identificados diversos problemas estruturais e operacionais nos dois locais – com sinais visíveis de desgaste em pontos isolados – que comprometem a qualidade dos serviços prestados à população de Niquelândia, no Norte do Estado.
Na gestão passada, vale dizer, o Hospital Municipal foi reformado e ganhou novas janelas blindex, camas hospitalares, pintura interna e externa, aparelhos de ar condicionado e frigobares, o que melhorou sobremaneira o conforto dos pacientes.
Todavia, em várias áreas internas, constataram-se pontos de umidade, queda de reboco e danos na pintura do teto e das paredes, sugerindo infiltração de água devido à falta de manutenção no telhado.
Na área externa, bem perto da recepção principal e do estacionamento, também há problemas visíveis de umidade no teto da estrutura da marquise (um dano extenso) que pode ceder a qualquer momento. Essas condições impactam diretamente a funcionalidade e a segurança das instalações.Em algumas áreas de acesso restrito a funcionários da Saúde, a situação é ainda mais preocupante. A sala de esterilização de materiais cirúrgicos encontra-se com mofo nas paredes e fiação exposta. A quantidade de vestimentas cirúrgicas para os pacientes também está bastante reduzida, no presente momento.
Além disso, uma das camas do centro cirúrgico apresenta ferrugem, enquanto o equipamento de Raio-X está inoperante desde setembro de 2024 por falta de peças que não foram adquiridas pela administração anterior.Outro problema identificado foi o acúmulo de lixo hospitalar (ainda que devidamente embalado em sacos apropriados) numa área interna e descoberta do hospital, como consequência do atraso no pagamento do serviço de recolhimento.
O estoque de medicamentos básicos, como soro e dipirona, está praticamente zerado, comprometendo os atendimentos de urgência e emergência do Pronto-Socorro.Há também deficiência na iluminação de algumas áreas, obrigando os profissionais de enfermagem a utilizarem lanternas de celulares para procedimentos, como punções em veias. Para isso, dependem do auxílio de um segundo profissional para segurar o smartphone.
Respiradores artificiais, doados durante a pandemia pela mineradora Anglo American, estão parados por falta de manutenção.O laboratório de análises clínicas – que deveria atender a população em geral após consultas no hospital – está realizando apenas exames para pacientes internados devido à ausência de reagentes e à falta de manutenção nos equipamentos. O único microscópio disponível precisa ser substituído por outro, mais moderno.
CIRURGIAS ELETIVAS SUSPENSAS – “Não estamos fazendo cirurgias eletivas também por falta de materiais, mas estamos correndo atrás para resolver todos os problemas da forma que a lei preconiza, à contratação de novos fornecedores, para regularizamos essas situações todas que mostramos nessa vistoria”, afirmou a secretária de Saúde.Para o atual prefeito de Niquelândia, embora os problemas atinjam pontos localizados do Hospital Municipal Santa Efigênia, a situação é classificada como “degradante” e “alarmante”, nas palavras dele.
MEDICAMENTOS BÁSICOS COM ESTOQUE REDUZIDO – “Temos apenas uma caixa fechada com dipirona e meia caixa com frascos de soro, mas a administração passada não se importou com nada disso, durante a fase de transição, deixando quase nada em estoque, o que é uma vergonha. Sem falar do sucateamento da nossa frota de ambulâncias. Para se ter uma ideia, todas as 68 camas do hospital encontram-se com algum tipo de dano – quebradas, amassadas ou enferrujadas. Vamos ter que trocar tudo, em breve. Eles (a gestão anterior) mostravam diversos vídeos entregando geladeira e ar-condicionado para o hospital, mas o que realmente era preciso – caso do conserto do aparelho de Raio X e outros equipamentos que salvam vidas, nunca foi uma prioridade para eles”, afirmou Eduardo. CEO – No Centro de Especialidades Odontológicas (CEO), localizado no mesmo quadrilátero do Hospital Municipal – a situação também é alarmante.O estoque de materiais para atendimentos dentários básicos está quase esgotado, o que obrigará a uma redução de 50% no atendimento nos próximos dias. Caso a reposição não ocorra imediatamente, há risco de interrupção total dos serviços oferecidos à população.
PROVIDÊNCIAS – Diante desse cenário, a Prefeitura de Niquelândia está tomando medidas emergenciais. Os processos licitatórios para a compra de medicamentos e insumos estão sendo acelerados no que for possível, dentro da legalidade, visando atender as demandas do Hospital Municipal e do CEO.Além disso, a gestão municipal pretende acionar a construtora responsável pelas reformas realizadas na administração anterior para que os reparos estruturais sejam realizados com urgência, a exemplo da providência tomada na última semana em goteiras no próprio Gabinete do Prefeito e salas anexas.
O prefeito e a secretária de Saúde de Niquelândia, por ocasião da vistoria, reafirmaram o compromisso com a saúde pública para restabelecer a qualidade e a eficiência dos serviços prestados.
Ainda de acordo com Bruna Rodrigues, a situação dos demais prédios públicos da Saúde em Niquelândia não é muito diferente da realidade encontrada no hospital municipal.
“Caso a empresa responsável pela reforma do hospital não faça os reparos que entendemos ser necessários, vamos acioná-la judicialmente para que cumpra com essa obrigação. Vamos ‘puxar’ os contratos de todas as empreiteiras que fizeram serviços mal-feitos para que os problemas sejam resolvidos, de uma forma ou de outra”, afirmou o prefeito da cidade.Na mesma sexta-feira/24 – porém sem a presença do prefeito – a titular da pasta da Saúde visitou as Unidades Básicas de Saúde (UBS) dos bairros Evereste, Boa Vista e Nossa Senhora do Carmo.
Essa última encontra-se com sua estrutura em condições um pouco melhores que as outras duas mas, de uma forma geral, as três padecem com infiltrações de água decorrentes de problemas no telhado; deficiência de mobiliários; e falta de materiais básicos de Atenção à Saúde Primária.“Assim que assumimos, apresentamos um relatório da situação do hospital e de todas as unidades básicas – bem como do CAPS e do Crer – para o prefeito, afim de planejarmos as melhorias necessárias em todos esses prédios”, garantiu a secretária.
A ação preventiva, objetivando correções futuras, foi realizada na manhã da sexta-feira/24.