Eleição para Conselho Tutelar bate recorde de comparecimento às urnas e surpreende CMDCA e TRE em Niquelândia
Quatro dos atuais cinco integrantes do órgão que promove a defesa dos interesses das crianças e adolescentes da cidade do Norte do Estado foram reeleitos neste domingo (1º/10): apesar do voto ser facultativo, número de eleitores que escolheram entre os 21 candidatos disponíveis cresceu 115,5% em relação ao pleito de 2019
José Orlando Postes dos Reis foi reeleito no início da noite deste domingo (1º) como o candidato mais votado para uma das cinco vagas que estavam disponíveis para o Conselho Tutelar de Niquelândia.
Ele alcançou 642 votos, apenas sete a menos que os 649 obtidos na eleição para o mesmo cargo em 2019, quando ficou em segundo lugar para o trabalho junto às crianças e adolescentes da cidade.
O público-alvo é, sobretudo, menores em situação de vulnerabilidade social que tenham sido vítimas de algum tipo de violência doméstica, abandono parental ou mesmo os que são apreendidos pelas forças de Segurança Púbica pela prática de atos infracionais equivalentes aos crimes tipificados no Código Penal.
“Eu tinha realmente a esperança de que, nesse ano, seria reeleito em primeiro lugar, pela semente que eu plantei. Infelizmente, o envolvimento dos nossos jovens com as drogas ainda é o maior problema. A polícia entrega esses menores para nós (do Conselho Tutelar) que devolvemos aos pais. Depois, quando voltamos ao mesmo lugar, lá está de novo a mesma criança envolvida com isso (as drogas). Precisamos trabalhar mas, sobretudo, lutar por melhorias nas políticas públicas de enfrentamento dessa situação”, afirmou José Orlando, logo após o resultado.
A apuração que definiu a vitória dele e de outros quatro candidatos ocorreu no plenário do Poder Legislativo da cidade do Norte do Estado.
Segundo o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Goiás, Niquelândia possui, atualmente, um total de 27.776 eleitores cadastrados.
Diferentemente das eleições tradicionais para cargos públicos realizada nos anos pares, o comparecimento dos eleitores em todo o Brasil para a eleição de conselheiros tutelares nos anos ímpares é facultativo.
A primeira eleição nesse modelo ocorreu em 2015. Antes disso, os mandatos eram renovados a cada três anos, o que provocava coincidência com os pleitos das eleições municipais e das eleições gerais (para presidente, governador e demais cargos).
Historicamente, segundo o TRE, a média de comparecimento espontâneo em Goiás é de 20% do total de eleitores nas eleições para a escolha de conselheiros tutelares nos 246 municípios do Estado.
A boa notícia deste domingo, especificamente em Niquelândia, foi o comparecimento de 24% do total (6.670 eleitores) ficando, portanto, acima da média estadual para a disputa da eleição organizada pelo Conselho Municipal de Defesa da Criança e do Adolescente (CMDCA) com supervisão do Ministério Público (MP).
Dos 6.670 eleitores que foram às 14 urnas colocadas em seis escolas-polo de Niquelândia, segundo o Cartório da 41ª Zona Eleitoral, 546 deles (8,19%) votaram em branco e não escolheram nenhum candidato. Outros 2.880 (19,21%) anularam seus votos.
Ou seja, 3.244 eleitores escolheram, efetivamente, cinco candidatos entre os 21 nomes que concorreram este ano ao Conselho Tutelar de Niquelândia.
Dessa forma, como a soma de votos de todos os candidatos (6.484) corresponde ao dobro do total de votantes efetivos, não é possível calcular o percentual de votos válidos conquistados por cada um dos cinco eleitos para o cargo.
Naquela ocasião, quando a cidade tinha 26.262 eleitores aptos à votar, apenas 3.095 deles (11,78%) escolheram os nomes que comporiam a atual formação do quadro de conselheiros tutelares de Niquelândia. Ou seja, considerando-se os 6.670 que votaram este ano, o crescimento foi de 115,5% na comparação com quatro anos atrás.
“Ficamos bastante surpresos com esse aumento na quantidade de eleitores este ano. O nosso objetivo, enquanto CMDCA, é mostrar para o nosso município a importância desses conselheiros tutelares para a sociedade para que, nas próximas eleições do conselho (em 2027) as pessoas se conscientizem e compareçam ainda em maior número para votar, para evitar reclamações depois. Às vezes, as pessoas nos dizem que não queriam a eleição de fulano ou beltrano para o cargo mas sequer compareceram às urnas para exercerem o seu direito de escolha”, comentou Roneide.
Maria do Socorro Ferreira dos Reis foi reeleita para seu segundo mandato seguido como conselheira tutelar de Niquelândia com 506 votos, na terceira colocação. Em 2019, ela havia alcançado a quarta posição, com 519 votos.
O único nome realmente novo do Conselho Tutelar da cidade é do professor de Educação Física Gilson Silvério de Bastos, presidente da Associação dos Corredores de Niquelândia (ACN), que alcançou 501 votos e elegeu-se em quarto lugar.
Em 2019, Gilson ficou em 13º lugar com 362 votos – 149 a menos que a soma deste domingo – num pleito que havia sido disputado por 34 candidatos.
Quem também foi reeleito para o Conselho Tutelar de Niquelândia é Romilton da Silva Rocha Vidal, que alcançou 488 votos em quinto lugar. Há quatro anos, Romilton foi o candidato mais votado com 727 votos. Eles deverão ser empossados no começo de janeiro do próximo ano.
SUPLENTES – Os candidatos-colocados entre a 6ª e 10ª posição na eleição para o Conselho Tutelar de Niquelândia foram, automaticamente, eleitos na condição de primeiro-suplentes dos cinco titulares das vagas. Os suplentes podem assumir as vagas em caso de férias de um dos titulares, licença médica, férias e outras situações que demandem o afastamento dos primeiros colocados.
Os suplentes são: Neuza de Fátima Alcântara (438 votos), Célia Prado (atual presidente/406 votos); Celso Elias Fernandes Salgado (Celsinho/401 votos); Michael de Souza Lima (Maicon Segurança/392 votos); e Severino Zelo Patrício (Severino da Sucan/390 votos).
Na imagem abaixo, o Excelência Noticias disponibiliza a lista completa da votação obtida por todos os 21 nomes que concorreram ao Conselho Tutelar de Niquelândia. Confira:
