A congada, congado ou congo – expressão cultural e religiosa tradicionalmente associada aos festejos em homenagem a Santa Efigênia – ganhará toques contemporâneos e será a grande atração da Congo Brasil Festa, evento que acontece nesta sexta-feira/22 no Galiotto Gastronomia e Entretenimento, localizado no Centro Histórico de Niquelândia.

A programação é realizada pela Voazza Turismo, empresa que atua nos segmentos turístico e de eventos sob o comando dos irmãos Leonardo e Larissa Paiva. Os ingressos para a festa podem ser adquiridos no próprio local do evento.

A dimensão da importância da Congo Brasil Festa em nível interestadual pôde ser notada na última semana quando Leonardo, Larissa e a secretária de Cultura de Niquelândia, Márcia Alves Villa Nova Silva estiveram nos estúdios da Empresa Brasil de Comunicação/EBC em Brasília, juntamente com integrantes das congadas da cidade do Norte do Estado, para entrevistas ao programa “Tarde Nacional”, da Rádio Nacional; e ao programa “Repórter Brasil”, da TV Brasil.

Por ocasião de sua presença na capital federal, o idealizador e organizador da Congo Brasil Festa explicou que a ideia de realizar o evento partiu de uma constatação que ele e a irmã tiveram do que atrai mais o interesse e a curiosidade dos turistas. A reportagem irá ao ar ainda nesta semana.

“Falar do Congo é falar de uma cultura viva que temos na cidade há mais de 200 anos e que vem sobrevivendo passada de pai para filho. Nosso objetivo é fortalecer o aspecto cultural das congadas e fazer com que isso saia de um núcleo, não fique apenas no religioso”, afirma Leonardo.

Segundo ele, o Congo de Niquelândia se destaca por sua notória autenticidade no Brasil, podendo ter identidade única em virtude do seu contato com os povos indígenas na história, estando evidente no uso do cocar com penas de ema, simbolizando os índios Avá-Canoeiro que viviam na região.

 “Temos todos os ingredientes para se fazer turismo em Niquelândia, principalmente as belezas naturais. Porém, nosso congo é um personagem, digamos assim, de identidade própria. Eu acredito que quando as pessoas chegam, quando elas vêm, elas procuram ter um interesse maior e entender melhor, em virtude disso, nós sabemos que o nosso congo, ele tem esta identidade que se destaca, a única do país”, avalia.

Além de atuar no turismo divulgando o município de Niquelândia para fora, a agência de viagens de Leonardo e Larissa também é uma empresa de eventos que está encerrando o calendário de 2023 com a Congo Brasil Festa.

Trata-se de uma oportunidade a mais para proporcionar um diferencial aos clientes – o que é o forte da Voazza Turismo – ainda este ano.

“Nós temos esta especialidade com turismo de experiência que é também promover para as pessoas algo inovador, sair um pouco do convencional, fazendo com que as pessoas cresçam a partir das nossas atividades”, enfatizou Leonardo Paiva.

ESTRUTURA DA FESTA – A Congo Brasil Festa será realizada no esquema de open air ou seja, ao ar livre, em localização histórica de Niquelândia.

Terá, ainda, design despojado e estruturado com um portal de entrada, palco principal, estandes gastronômicos, banheiros e outros itens de conveniência.

A festa contará com apresentação artística das congadas, participação de artistas locais e atrações arquitetadas com influência cultural africana e brasileira. A música, a arte e danças tradicionais serão destaques da programação.

AS CONGADAS – Segundo a lembrança dos festeiros mais velhos, a tradição nasceu no quilombo Xambá, onde viviam negros fugidos de senzalas de Vila Boa (Cidade de Goiás), Meia Ponte (Pirenópolis) e São Félix (Cavalcante).

Registros históricos datados de 1794, encontrados no Conselho do Vaticano, na Itália, já dão conta da Irmandade e da Congada de Santa Efigênia.

Esses papéis atribuem a Irmandade a responsabilidade de zelar pelo patrimônio das disciplinas dela própria e dos congos.

De acordo com entrevistados e participantes das celebrações, o congo de Niquelândia é o único que utiliza penachos em sua indumentária.

Segundo relatos, quando os negros do quilombo chegaram à cidade houve a aproximação destes com os índios Avá-Canoeiro que já viviam no local.

Encantados pela animação dos africanos, os indígenas juntavam-se ao grupo para dançar, presenteando-os com penachos e saiotes confeccionados por eles e incorporados atualmente na tradição.

Além disso, os congos usam roupas brancas e uma faixa vermelha com lenços à cintura, na cabeça um lenço branco, preso com uma faixa decorada com medalhas.

Em suas celebrações, entre os instrumentos utilizados pelo grupo estão a viola, o ganzá [espécie de chocalho em forma de um cilindro, metálico, que contém sementes ou pedrinhas para fazer o som] pandeiro, mini-onça, cuíca, reco-reco e bumbo, que acompanham a música entoada pelos que vão à frente. [TEXTO: Cassandra Castro – com informações da Voazza Turismo –  especial para o Portal Excelência Notícias]