Anglo American e UFG celebram cooperação técnica e científica às operações de níquel em Barro Alto
Projeto piloto montado no Instituto de Química da Universidade Federal de Goiás, em Goiânia, visa melhorar aproveitamento de minérios extraídos na unidade industrial inaugurada em 2011 pela mineradora
Uma parceria iniciada em 2020 – durante os primeiros meses da pandemia e formalizada no ano passado no Diário Oficial da União (DOU) – foi celebrada presencialmente neste mês de maio entre o Instituto de Química da Universidade Federal de Goiás (IQ/UFG) e a Anglo American.
O acordo firmado no início do mês entre as duas instituições no campus Samambaia da UFG, em Goiânia, prevê cooperação técnica e científica através do projeto de pesquisa denominado “Otimização do Processo de Lixiviação Ácida Atmosférica em Planta Piloto dos Minérios Ferruginoso e Ácido Marginal”
Com investimentos de R$ 1 milhão e validade prevista para outubro de 2024, houve a instalação e operação de um laboratório que reproduz equipamentos e processos de uma planta industrial, em escala intermediária.
A capacidade dessa planta piloto montada no IQ UFG é maior que a verificada em testes de bancada e menor do que é encontrado em uma indústria de lixiviação.
Ao final do projeto, que pode vir a ter a validade ampliada, os equipamentos ficarão com o Instituto de Química da UFG.
Segundo o coordenador de Processos da Anglo American, Marcelo Miranda, a ideia é estudar alguns minérios já extraídos e armazenados, que não estão em uso pela companhia.
Com os testes que são feitos, a expectativa é encontrar meios para aumentar a produção de níquel e resolver alguns gargalos nos processos da mineradora em Barro Alto.
“É um projeto inovador que vai trazer não só resultados para a unidade da Anglo American em Barro Alto como também para as partes interessadas pelos negócios e atividades da empresa; e a universidade é uma delas”, afirmou Marcelo.
O coordenador destaca que o interesse na parceria, além de trazer recursos para a UFG, também contribui para o desenvolvimento de profissionais com conhecimento de mineração.
Dessa formam engenheiros e estagiários poderão ser empregados não apenas da Anglo American mas também de outras mineradoras.
Professora do curso de Engenharia Química da UEG, Indianara Conceição Ostroski é a a coordenadora do projeto. No espaço de 100 metros quadrados, segundo ela, atuam profissionais da Anglo American, docentes e estudantes da UFG nos níveis de graduação e mestrado.
A cooperação prevê também a divulgação pela UFG dos resultados obtidos, por meio da publicação de artigos científicos.
METAIS DE INTERESSE – Goiás está entre os maiores produtores de níquel do Brasil e a Anglo American é uma das maiores mineradoras que atuam na região, através das plantas de Niquelândia e de Barro Alto.Além dos minérios ricos em níquel atualmente processados na indústria, a parceria com a UFG tornará possível o processamento dos minérios que possuem maior teor de contaminantes e menor concentração de níquel.
Segundo Indianara, ainda não há um processo bem definido para a recuperação dos metais de interesse dada a existência de composições químicas muito variadas nesses minérios.
“Esse beneficiamento do minério vai ser viável tanto economicamente como ambientalmente”, afirmou a coordenadora do projeto.
A docente conta que, do ponto de vista da pesquisa, a iniciativa já está dando frutos a partir da participação de três alunos de pós-graduação, do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química; dois estudantes de iniciação científica e quatro bolsistas do Instituto de Química.
“Recentemente foi enviado um manuscrito para uma revista de alto fator de impacto e já está sendo avaliado por pares. Eu espero que seja o primeiro trabalho de muitos que a gente possa fazer aqui nessa parceria”, comemorou Indianara.
A planta piloto também tem recebido estudantes de graduação da UFG e de fora da instituição em visitas técnicas.
O desejo da instituição é que o convênio firmado com a Anglo American, através da instalação da planta piloto, é formar químicos e engenheiros químicos qualificados que possam atuar no mercado da mineração em Goiás.
“Goiás é um estado muito rico e algumas das suas riquezas não são exploradas como poderiam, inclusive na área de mineração”, comentou o diretor do Instituto de Química da UFG, Wendell Coltro, para quem a assinatura do convênio é um marco. Wendell comenta que essa relação tem se repetido em outras iniciativas que estão sendo traçadas.
50 ANOS DA ANGLO AMERICAN NO BRASIL – O diretor de Operações de Níquel da Anglo American, Eduardo Caixeta, contou um pouco da história da companhia que completou 106 anos de existência globalmente.
A empresa iniciou suas atividades na África do Sul com ouro, diamante e depois se tornou uma empresa global.
“No Brasil completamos em abril 50 anos de história. Desse período, 41 anos foram presentes no estado de Goiás. Começamos nossa atividade em Niquelândia com a Codemin”, sintetiza.
Segundo Eduardo, a empresa começou a vislumbrar a possibilidade de aproveitar o minério estocado em meados de 2012 como uma forma de aumentar a vida útil da mina de Niquelândia.
“Nós poderemos aumentar a nossa presença em Goiás por mais 50 anos, no mínimo, porque ele destrava muitas oportunidades de desenvolvimento. Então, a gente está aqui pensando em um futuro bastante próspero e pensando principalmente nas comunidades de Barro Alto e Niquelândia, nas quais estamos inseridos”, detalhou Caixeta.
A solenidade contou com a presença da reitora da Universidade Federal de Goiás (UFG), Angelita Pereira de Lima, que reiterou que a universidade formaliza convênios dessa envergadura de forma estratégica, atenta a projetos que possam formar melhor os estagiários, estudantes, cientistas e pesquisadores da instituição.
“Aqui, na UFG, a pesquisa está voltada exatamente para esse objetivo. Então, essa relação adicional com as empresas, como a Anglo American, é fundamental para nós”, ressaltou a reitora.
PRESENÇAS – Também estiveram presentes à cerimônia de celebração do convênio entre UFG e Anglo American, a saber: o pró-reitor adjunto de Pós-Graduação (PRPG) da UFG, Wilson Flores; gerente de Desenvolvimento de Processos da Anglo American, Mario de Abreu Rodrigues; os coordenadores de Processos da Anglo American, Rodisnele Torres e Marcelo Miranda; o coordenador de Relacionamento Institucional e Comunidades da Anglo American, Rafael Santos; a coordenadora do curso de Engenharia Química da UFG, Araceli Aparecida Seolatto; a coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química (PPGEQ/IQ/UFG), Fernanda Ferreira Freitas; e os professores do IQ UFG e colaboradores do projeto, Margarete Martins Pereira Ferreira e Thiago Leandro de Souza.
[Com informações da Assessoria de Imprensa da Anglo American, em Belo Horizonte/MG]