Wave Nickel Brasil vai investir R$ 1,5 bilhão até 2029 para modernizar planta de antiga mineradora em Niquelândia
Recurso vultoso será aplicado em duas etapas: na primeira delas, até o final de 2024, a antiga Unidade Niquelândia da Votorantim Metais começará a operar de forma experimental com aporte inicial de R$ 150 milhões.
Aassessoria de imprensa da Wave Nickel Brasil detalhou ao Portal Excelência Notícias, no final da tarde desta quinta-feira/13, que investirá, até 2029, cerca de US$ 300 milhões [R$ 1,5 bilhão, pelo câmbio atual] em adequações estruturais e montagem de sua futura planta industrial nas antigas instalações da Votorantim Metais, em Niquelândia.
A empresa de extração e beneficiamento de minério de níquel, que estava paralisada havia sete anos, foi vendida ontem pela Companhia Brasileira de Alumínio (CBA).
No entanto, a gestão dos projetos do Legado Verdes do Cerrado e do parque solar permanecem sob responsabilidade CBA, a exemplo da barragem do Jacuba.
INVESTIMENTO SERÁ EM DUAS ETAPAS – Na primeira fase, a Wave Nickel Brasil prevê investir R$ 150 milhões à montagem de uma “unidade de demonstração” em Niquelândia, onde serão gerados de 120 a 150 postos de trabalho.
A estrutura inicial ficará pronta até o final de 2024 e deverá operar por dois anos, até o final de 2026.
Dessa feita, a multinacional com sede em Luxemburgo processará o minério numa escala ainda não industrial que servirá de parâmetro para a etapa seguinte.
No começo de 2027, se tudo correr conforme o cronograma inicial, começa a montagem da planta industrial propriamente dita com o vultoso investimento citado no início desta reportagem nas instalações ociosas do Acampamento Macedo.
A previsão – que a própria Wave Nickel define como “conservadora” – é entrar em operação daqui a seis anos, garantindo assim a geração de 1.400 empregos entre diretos (600) e indiretos (800) na fase de escala industrial, com a ativação do método Wave.
Por essa metodologia, o minério bruto a ser extraído em Niquelândia passará por uma etapa de pré-concentração a seco na qual os teores de níquel aumentam em 60% e a massa é reduzida em 40%.
A etapa seguinte consiste na aplicação de ondas eletromagnéticas, que tornam o níquel e o cobalto reativos e recuperáveis.
O final do processo ainda permite a recuperação de outros minerais estratégicos – como magnésio, cromo e manganês além de produzir fosfato de ferro, importante insumo de baterias LFP que também possui relevante valor de mercado.
A planta da cidade do Norte do Estado possui 55 milhões de toneladas de recursos de níquel, com capacidade para produzir cerca de 20 mil toneladas por ano de níquel contido em carbonato.
Os recursos podem chegar a 80 milhões de toneladas, se forem consideradas as pilhas de minérios marginais.
A VENDA DA EMPRESA – O negócio com a CBA foi fechado em R$ 20 milhões, mas a conclusão da transação ainda depende de avaliações do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Segundo Ricardo Carvalho, CEO da CBA, a negociação priorizou objetivos estratégicos da empresa que decidiu focar seus investimentos exclusivamente no processamento de alumínio e reciclagem.
O executivo detalhou que, quando da retomada da produção pela Wave Nickel Brasil em Niquelândia, a CBA receberá ainda 3% de royalties sobre a receita operacional líquida da empresa, limitados a US$ 10 milhões ao ano.
AS PERSPECTIVAS DA WAVE NIQUEL – Com a aquisição em Niquelândia, a Wave Nickel implementará no mercado brasileiro uma tecnologia inovadora e sustentável para a produção de hidróxido misto de Níquel-Cobalto (MPH).
Tal processo eliminará a necessidade de barragens, já que os poucos resíduos inertes podem ser empilhados a seco.
Segundo o CEO da multinacional europeia, Gustavo Emina, o MPH (produto intermediário para a fabricação de baterias) será capaz de impactar o mercado global da eletrificação.
O executivo reafirmou que o Brasil, através da planta de Niquelândia, estará inserido na cadeia de transição energética de forma pioneira no mundo por incorporar e liderar esse processo.
Além disso, 99% dos ácidos utilizados no método Wave são reciclados e recirculados sem a dispersão destes no ambiente, de forma sustentável.
SOBRE A WAVE NICKEL – A Wave Nickel é uma empresa global de tecnologia focada no processamento sustentável de níquel através desenvolvimento de rotas e tecnologias inovadoras e sustentáveis para o setor minero-siderúrgico.
A companhia desenvolveu uma revolucionária tecnologia de beneficiamento do níquel de baixo teor, destravando valor existente em pilhas de rejeitos ou depósitos marginais.
A tecnologia desenvolvida pela Wave Nickel também foi certificada como patente verde, considerando seu forte viés de sustentabilidade.
Por isso, tal posicionamento garantiu impacto significativo na redução da emissão de CO2, economia circular e baixo consumo de água.
A Wave Nickel faz parte da New Wave, que também é detentora da New Wave Tech no Brasil, centro tecnológico dedicado à pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias sustentáveis para recuperação de diversos minerais estratégicos contidos em rejeitos ou depósitos marginais. [Com Informações das assessorias de imprensa da CBA e da Wave Nickel Brasil]