Partido de Zema em Minas, Novo surge em Niquelândia com duras críticas à ‘velha política’ no município do Norte do Estado
Carlos Machado foi empossado como presidente local da legenda na manhã do último sábado (1º) pela Executiva Estadual do Novo: entre os principais filiados do partido recém-inaugurado na cidade destacam-se dois empresários com sólida reputação pessoal e profissional no município
O presidente estadual do Novo, Adriano Sarmento, empossou o Diretório Municipal da legenda em Niquelândia na manhã do último sábado (1º) em evento realizado no auditório da empresa Aroma do Vale, no Jardim Ipanema.
Sarmento esteve na cidade acompanhado de Leonardo Rizzo, empresário do ramo imobiliário em Goiânia foi candidato ao Senado pela legenda nas eleições gerais de 2022; e de Flávio Pagotto, secretário administrativo do partido em Goiás.
O partido [cujo nome de maior destaque é o do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, reeleito no ano passado] será comandado na cidade do Norte do Estado pelo empresário do ramo de informática e manutenção de computadores Carlos Machado.
Segundo informações extraídas do site oficial do diretório nacional da agremiação partidária, “o Novo é um partido fundado por cidadãos ficha-limpa, que nunca haviam se envolvido com política e resolveram sair da indignação para a ação”.Dessa feita, em Niquelândia, o diretório da legenda é formado por pessoas que jamais ocuparam cargos públicos na cidade, como é o caso dos jovens empresários Lucas Antonio da Silva Cerqueira e Júlio César Machado, a exemplo de Carlos Machado.
Lucas Antonio, bastante atuante na sorveteria da família desde criança, foi empossado como vice-presidente do Novo em Niquelândia. Empresário do ramo de moda jovem masculina, Júlio César assumiu funções como tesoureiro da legenda em nível local.
Abimael Rego Pereira dos Santos será o secretário administrativo do Novo em Niquelândia. Marcelle Duarte, por seu turno, foi empossada como secretária de Relações institucionais do partido.PERFIL – Carlos Machado assumiu a presidência do Novo em Niquelândia: ele reside na cidade desde agosto de 1996 onde constituiu família e se tornou empreendedor.
No discurso de posse, o empresário de 37 anos fez um breve resgate histórico sobre os nomes que ocuparam a prefeitura do município nos últimos 27 anos culminando com a eleição [suplementar, em junho de 2018] e reeleição [em 2020] do atual ocupante da cadeira, o médico Fernando Carneiro (PSD).
Porém, o presidente do Novo fez questão de frisar que nenhum dos prefeitos anteriores conseguiu eleger seu sucessor, ou seja, um nome do próprio grupo político que ocupava o Poder Executivo.Em breve comparação de Niquelândia com cidades como Uruaçu e Goianésia, Carlos Machado entende que o município deixou de ser a potência econômica que era nos primórdios de sua chegada ao município, há quase 30 anos.
Ele destacou que a cidade viveu seu apogeu justamente nos idos de 2006 e 2007 quando a grande arrecadação possibilitou a realização de grandes obras públicas; e do anúncio do Projeto Ferro Níquel (que nunca saiu do papel).
Segundo ele, desde que a Votorantim Metais paralisou a extração e beneficiamento de minério de níquel – há sete anos, em janeiro de 2016 – Niquelândia vem decaindo muito em sua importância econômica no contexto estadual.Por isso, em seguidas conversas com Lucas Antonio, ambos notaram que precisavam tomar alguma atitude na esfera política e administrativa pelo bem da cidade, porém de uma forma diferente do modelo tradicional das gestões de outrora e do presente.
SEM BARGANHAS – “Nada temos contra os demais grupos políticos, mas nós, se nos juntássemos a qualquer grupo já existente, entraríamos no projeto de outras pessoas. E nos temos e queremos implantar um novo projeto de desenvolvimento para Niquelândia. Por isso, decidimos buscar esse partido, o Novo. Logo que comecei a conversar com o [Adriano] Sarmento, percebi sua firmeza de propósito, sem trabalhar politicamente com barganhas, para que nossa cidade cresça de maneira sustentável”, afirmou o presidente do Novo em Niquelândia.
Dessa feita, Carlos Machado garante que o partido pretende lançar chapa completa de candidatos a vereador para a Câmara Municipal de Niquelândia; e “construir um caminho sólido”, nas palavras dele, para lançar um nome com condições de disputar e vencer as eleições para a prefeitura local em outubro do próximo ano.Falam por aí que sou pré-candidato. Isso ainda não está definido, se serei ou não. Mas sou fã do Zema e sei que, do partido Novo, eu não largo mais. Eu aposto muito nesse partido e quero convidar todas as pessoas de bem – que não tenham vínculo com o passado e com o atual momento político de Niquelândia – para que, a exemplo de mim, filiem-se também ao Novo. Que sejam pessoas que, quando pararem para pensar, não tenham vergonha do que fizeram no dia anterior.”, afirmou o empresário Arilson Eustáquio, que emprega cerca de 350 pessoas no ramo no segmento de montagem industrial.
Ele e o tamanho empresário Eduardo Moreira [do ramo de internet e telecomunicações] são os dois possíveis nomes à sucessão de Fernando Carneiro dentro do Novo, embora ainda neguem a pretensão de disputar a Prefeitura de Niquelândia no próximo ano pelo partido agora constituído no município.
“Estou há 26 anos em Niquelândia e tenho orgulho enorme de ser um niquelandense. Tenho 68 anos e pensei ‘porque vou me envolver agora com política em Niquelândia?’ Mas o Carlos insistiu tanto que disse a ele que poderia contar com toda a minha estrutura e com a minha pessoa, para trazermos mais pessoas de bem para esse partido”, completou Arilson.Eduardo e Arilson, vale salientar, não possuem máculas em sua carreira profissional e vida pessoal. Ambos se filiaram ao Novo pela crença de que o projeto do partido em nível nacional encaixa-se perfeitamente com o que ambos pensam sobre o futuro de Niquelândia.
Fora isso, os dois empresários são reconhecidos em Niquelândia pela solidez de seus empreendimentos em suas respectivas áreas de atuação, sem que o crescimento patrimonial de ambos fosse fruto de ‘negociatas’ ou ‘esquemas’ com dinheiro advindo do contribuinte e do Poder Público.Eduardo Moreira, no seu pronunciamento, disse que abraçou a causa do partido Novo pelo fato de que, aos 42 anos e após constituir sua família e seus negócios, pensa muito também no futuro de Niquelândia.
“Estou aqui hoje também me filiando, deixando meu nome à apreciação do partido. Mas quero dizer, claramente, que não estou lançando meu nome como pré-candidato a prefeito. Ainda é muito cedo para isso e seria um gesto muito imaturo apresentar alguém. O partido está nascendo hoje [sábado] aqui em Niquelândia. Precisamos trazer mais lideranças para o Novo; conversar mais com a sociedade organizada; e formatar uma proposta para Niquelândia”, afirmou Eduardo Moreira.
Segundo ele, o grande problema atualmente – não apenas por em Niquelândia, mas em várias cidades do Brasil – é a prática recorrente da corrupção na atividade política, seja por superfaturamento de obras ou por outros tipos de ilícitos durante o exercício da função pública.
“De forma bem simples e objetiva, o que há nos pequenos municípios como o nosso é o domínio da ‘máfia da velha política’, sempre impondo nomes de candidatos que não são os desejados pela sociedade. Esse é o grande problema, infelizmente, em Niquelândia, onde pessoas com real capacidade de administrar a cidade acabam não tendo oportunidade de colocar o seu nome. O Novo surge, agora, com novas ideias e, por isso, estou aderindo a esse projeto do partido, que não possui nenhum cacique político”, completou Eduardo.O empresário disse que, inclusive, já houve tentativas fracassadas de que o Novo em Niquelândia fosse parar nas mãos de outros políticos locais – antes mesmo da posse de Carlos Machado como presidente do partido no último sábado – situação essa que foi prontamente rejeitada por Adriano Sarmento e demais integrantes da Executiva Estadual da legenda em Goiás.
“Vocês não verão ninguém na capital, me procurando para conversar, querendo assumir a direção do partido em Niquelândia. Escutar todo mundo, é claro, faz parte da democracia. Mas, se recebermos qualquer proposta nesse sentido, direi para que conversem com o Carlos em Niquelândia. O Novo não tem caciques e sim representantes nos municípios, cuja vida nos pesquisamos e vasculhamos para saber se possuem algum crime ou condenação. E, se esses nomes estão aqui em Niquelândia tomando posse hoje [sábado] é porque representam nossas ideias, efetivamente”, afirmou o presidente estadual Adriano Sarmento, de forma taxativa, em seu pronunciamento no município.