Polícia Civil rebate tese de legítima defesa de mulher que matou companheiro a facadas em Niquelândia
Primeiro homicídio de 2023 na cidade ocorreu na noite da quinta-feira/5 na Vila Mutirão: autora do crime foi autuada em flagrante pela PC e recolhida à cadeia feminina de Barro Alto
O delegado titular do Genarc/GIH da Polícia Civil em Niquelândia, Cássio Arantes do Nascimento, praticamente descartou, no início da noite desta sexta-feira/6 que Thaynara Abadia Ferreira Santos tenha agido em legítima defesa quando matou, com várias facadas, seu companheiro Gilson Rodrigues da Silva, por volta das 22h50 de ontem, na Vila Mutirão.
De acordo com a Polícia Militar (PM), que atendeu a ocorrência, a mãe da jovem de 20 anos contou sua filha teria tido mais uma briga com o marido, de 21 anos. Os desentendimentos entre o casal seriam constantes.
Quando a PM chegou à casa da família, na Rua 8, Gilson já havia sido socorrido por populares ao Hospital Municipal Santa Efigênia, na região central da cidade.
No local do crime, Thaynara disse aos militares que havia ‘furado’ seu marido na altura do pescoço, para se defender da briga conjugal e que não desejava denunciar Gilson pelas supostas agressões que teria sofrido.
A caminho do hospital, porém, a PM recebeu informações do quartel da corporação, na Avenida Anapolina, que a morte de Gilson fora confirmada pela médica-plantonista.
No relatório do pronto socorro, a médica fez constar que o jovem fora esfaqueado no pescoço, no antebraço direito e no ombro esquerdo, dentre outros ferimentos, segundo as informações da PM local. A faca foi apreendida e apresentada à PC.
“Fizemos a tomada dos depoimentos das testemunhas e, apesar dela (a autora do crime) alegar que tenha agido em legítima defesa, as circunstâncias que apuramos – ao menos para efeito do registro do flagrante – não demonstraram essa possibilidade. Pelo o que apuramos, o casal teve uma discussão inicial e, após isso, ela (Thaynara) teria dito que voltaria para dentro da casa, buscar uma chave. No entanto, ela voltou com uma faca em mãos quando iniciou-se novamente a discussão. A autora e Gilson trocaram agressões verbais e ela o atingiu, com os golpes de faca. Ou seja, como houve um momento anterior em que a briga foi apartada e ela, na sequência, buscou a segunda discussão já com a faca em mãos, é possível excluir – ao menos inicialmente – a tese de legítima defesa dela”, afirmou o delegado Cássio Arantes, em aúdio enviado ao Portal Excelência Notícias.
De acordo com a autoridade policial, cumpridas as formalidades legais, Thaynara foi recolhida à cadeia feminina de Barro Alto, onde aguardará o pronunciamento da Justiça até que a Polícia Civil de Niquelândia conclua o inquérito policial para apurar, de fato, as motivações do primeiro homicídio de 2023 na cidade do Norte do Estado.