ENTREVISTA – EDIMAR DA COSTA CINTRA – “Somos o porto seguro dos fazendeiros”, afirma presidente eleito do Sindicato Rural de Niquelândia
Pecuarista da região do Faz Tudo e Quebra Linha assumirá o comando da entidade ruralista no final de janeiro em substituição ao atual presidente Diego Coelho, que preferiu não disputar novo mandato
O pecuarista Edimar da Costa Cintra, de 61anos, foi eleito nesta terça-feira/27 para ser o novo presidente do Sindicato Rural de Niquelândia no triênio 2023/2025. Em data de solenidade a ser marcada para o final de janeiro, ele sucederá oficialmente o atual presidente da entidade, Diego Coelho, que optou por não disputar a reeleição para um novo mandato. Edimar, que é policial civil aposentado, foi secretário municipal de Agricultura em 2005 durante o curto período em que o então prefeito Joaquim Thomaz de Aquino (já falecido) governou a cidade pela segunda vez. Com atuação rural nas regiões dos povoados Faz Tudo e Quebra Linha, Edimar Cintra acumula várias participações em antigas formações da diretoria do Sindicato Rural da cidade do Norte do Estado, tendo sido vice-presidente da gestão do então presidente Zoze Rosado Filho. Com Diego Coelho à frente da presidência, Edimar Cintra desempenhou funções no Conselho Fiscal do sindicato. Logo após a contagem dos votos [a chapa única encabeçada por Edimar recebeu 100% dos votos válidos] o presidente eleito do Sindicato Rural de Niquelândia concedeu rápida entrevista ao Portal Excelência Notícias. Confira, a seguir, a íntegra da conversa com Edimar Cintra:
Portal Excelência Notícias – Como é que seu deu a indicação do nome do senhor para ser candidato à presidência do Sindicato Rural de Niquelândia?
Edimar da Costa Cintra – Eu já estou há muitos anos na diretoria do sindicato, contribuindo de uma forma ou de outra. Dessa vez, os companheiros acharam por bem me indicar à presidência, mostrando-me a necessidade de que a entidade tivesse alguém que respeita o agronegócio. e que goste de participar e de interagir nesse meio. Eles [a atual diretoria] me convenceram de que eu era a pessoa certa no lugar certo, por causa dessa minha relação afetiva com o sindicato.
Excelência Notícias – E como o senhor pretende exercer esse mandato? Como será o foco de sua futura atuação?
Edimar Cintra – Aqui, no Sindicato Rural, temos que entrar para o cargo com espírito de humildade em função que não temos receitas. Não temos como dizer que vamos fazer isso ou aquilo. A pessoa, para assumir um sindicato rural, tem que ser por amor mesmo à nossa categoria e pela visão de que a entidade precisa continuar fazendo seu trabalho. Ao contrário do que as pessoas acham, eu ainda acredito que o nosso sindicato é benéfico à classe porque, para todo e qualquer problema que o fazendeiro enfrenta, ele olha para os lados e não sabe a quem recorrer. Aqui, nós somos o porto seguro dos fazendeiros. Por isso eu pretendo acima de tudo – dentro das limitações do sindicato – atender aos agropecuaristas de Niquelândia da melhor forma possível me desdobrando com comprometimento, com foco e com respeito, atendendo as demandas e prestando serviços. A grande âncora do sindicato rural é, hoje, nossa parceria com o Senar [Serviço Nacional de Aprendizagem Rural] o que fazemos desde que entrei [na diretoria] do sindicato, até hoje. Estamos desenvolvendo a classe produtiva de Niquelândia fazendo-a tirar o máximo do mínimo, fazendo com que a pessoa possa continuar morando no campo, mas que tenha renda que seja produtiva e lucrativa na atividade que ela desenvolve. Então, vamos dar ênfase total à essa parceira com o Senar através de comissões que atendam os interesses de nichos do segmento agropecuário. E, acima de tudo, procurar unir cada vez mais a classe produtora, o que nós não conseguimos até hoje. Estou fazendo isso com o pé atrás porque, há cerca de 30 dias, vimos o Governo de Goiás fazer uma taxação [de 1,65%] sobre os produtos do agro, sem que nos comunicasse previamente. E isso porque não temos representatividade. Os deputados que nós apoiamos sequer nos ligaram porque nós não temos força política. Às vezes, ficamos falando sozinho, às paredes e não damos conta de arrumar uma liderança política que incorpore realmente o espírito e a voz da nossa categoria.
Excelência Notícias – O que senhor espera da atuação da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Goiás, a Faeg?
Edimar Cintra – A Faeg é a nossa gestora e, por isso, espero que ela nos auxilie, que seja nossa companheira. A função da Faeg é essa. Acredito que teremos de fazer muitas visitas à Faeg e apresentar inúmeras demandas para que eles, realmente, apliquem a função que faz a necessidade da entidade existir, que é de auxiliar os sindicatos rurais. A Faeg é, nada mais nada menos, que um grande sindicato do Estado de Goiás.
Excelência Notícias – As estradas da extensa zona rural de Niquelândia carecem de maior cuidado da administração municipal com a conservação das mesmas, para o escoamento da produção local. Como deverá ser, nesse sentido, a relação do senhor com o Poder Executivo?
Edimar Cintra – Dia desses, um rapaz veio me procurar dizendo ‘agora, então, nós teremos a quem procurar para arrumar nossas estradas’. E não bem assim, porque nós [o sindicato] não podemos arrumar as estradas de Niquelândia, até porque não temos verbas para isso. Essa não é a nossa atribuição, mas sim da prefeitura. A relação do Sindicato Rural de Niquelândia, como um todo, será de muito respeito com a prefeitura. Será uma relação aberta, em que ouviremos o Poder Executivo e nos colocaremos disponíveis para ajudar naquilo que for possível. Porém, em contrapartida, o Poder Executivo precisa abrir os ouvidos para nos ouvir e os olhos para nos ver. Pois, estamos notando que a administração, em alguns setores, tem deixado a desejar. Esperamos, com certeza, que o senhor prefeito [Fernando Carneiro, do PSD] e seus secretários possam procurar nos ajudar a resolver os problemas, que são muitos, principalmente no que diz respeito às rodovias de nosso município. É um setor muito esquecido, com vários gargalos, que atrapalha a vida do produtor rural no município.
