Niquelândia

Presidente licenciada do Sintego no Estado critica morosidade de prefeito após greve de professores completar 18 dias em Niquelândia

Bia de Lima havia articulado, em maio, diálogo que suspendeu greve parcial naquela ocasião: sem avanço nas negociações, categoria iniciou paralisação total no dia 25 de agosto liderada pela presidente da Regional Uruaçu-Niquelândia, Maria Silvestre da Silva

A greve dos professores da rede municipal de Ensino de Niquelândia completou 18 dias de duração nesta segunda-feira/12, sem uma definição de um possível acordo entre a o Sindicato dos Trabalhadores na Educação em Goiás (Sintego) e a prefeitura da cidade do Norte para a retomada das aulas.

Como se sabe, a categoria reivindica reajuste de 33,24% para vencimento-base dos professores P1, P3 e P4 para este ano, de acordo com a Lei 11.738/08 que estipulou o Piso Salarial Professor Nacional (PSPN) em 2008.

Como se sabe, no dia 19 de maio, uma reunião da Regional Uruaçu-Niquelândia do Sintego com o prefeito Fernando Carneiro (PSD) e demais membros da administração municipal, na sede do Poder Executivo, definiu à época a formação de Comissão Mista com advogados do Sintego e interlocutores da prefeitura para um debate sobre o reajuste salarial dos educadores.

Naquela ocasião, o movimento grevista já havia paralisado 50% da jornada de trabalho, encerrando as aulas no período do intervalo, com as crianças voltando mais cedo às suas casas.

A greve fora temporariamente suspensa à pedido da então presidente estadual do Sintego, Bia de Lima, que também participou da reunião no gabinete do prefeito. Atualmente, ela está licenciada do cargo por estar disputando mandato de deputada estadual pelo PT.

Depois de sucessivas reuniões e várias tentativas frustradas de um acordo, a presidente do Sintego local, Maria Silvestre da Silva, comandou uma assembleia extraordinária em que a categoria deliberou por 100% de paralisação das aulas, em greve que teve início no último dia 25 de agosto.

BIA DE LIMA CRITICA LENTIDÃO DO EXECUTIVO – Como professora que sou, lamento o fato da administração continuar nessa enrolação, nessa ‘feiura’ por parte do prefeito e dos secretários municipais que não construíram [o acordo] que se propuseram a fazer. O Sintego fez a parte dele, esteve em Niquelândia, discutiu e trouxe a proposta – tudo ‘mastigadinho’ – faltando só mesmo a prefeitura implementar [o reajuste de 33,24%]. E a prefeitura só nos enrolando, ao ponto de chegarmos novamente a uma greve em andamento. Acredito que esse tipo de política – de só cozinhar o galo, com conversa para inglês ver – vai sair muito caro para quem administra uma cidade dessa forma”, afirmou a presidente licenciada do Sintego, na manhã desta segunda-feira, por telefone.

Ainda de acordo com Bia de Lima, os professores niquelandenses possuem o direito assegurado em lei para receber o reajuste no percentual indicado pelo Ministério da Educação.

Ela citou, ainda, o agravante de que o pagamento do correto valor do PSPN está sendo postergado e negado a cada ano, o que aumenta a defasagem do piso-base em quase 100% do valor que é pago hoje (R$ 1.995,00) para o valor que deveria ser o correto (R$ 3.845,00).

Segundo Bia de Lima, a entidade que comandava até meados de junho deu todos os créditos de confiança possíveis para que a Prefeitura de Niquelândia desse fim ao problema do piso e evitasse a greve geral.

PACIÊNCIA NO LIMITE DO FIM – “É um verdadeiro absurdo o que está ocorrendo aqui em Niquelândia. Nas oportunidades em que estive em reuniões quando à frente do Sintego, antes de me licenciar, os professores de outras cidades ficaram estarrecidos quando eu contei o que acontece em Niquelândia. Os educadores estão com a paciência esgotada com a prefeitura; e com razão. É preciso que a população de Niquelândia ‘abrace’ a causa dos professores e do nosso pessoal do administrativo, defendendo a escola de seus filhos, contra esse tipo de política de enganação e de enrolação, de engodo. Pretendo voltar a Niquelândia, como deputada e como presidente do Sintego, para tentar resolver essa situação de uma vez por todas”, enfatizou Bia de Lima.

RINDO PARA NÃO CHORAR – Bia de Lima e Maria Silvestre, em Niquelândia: apesar do momento de descontração na foto, sindicalistas não escondem preocupação com o prolongamento da greve de professores na cidade do Norte [Foto: Divulgação]

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