Decreto obriga uso de máscaras novamente após alta de casos de Covid-19, mas não proíbe festas e eventos em Niquelândia

Atualizada às 17h36 – Em decreto assinado na manhã desta quinta-feira/9 pelo prefeito Fernando Carneiro (PSD), o uso de máscaras de proteção contra a Covid-19 voltou a ser obrigatório em Niquelândia, tanto em lugares abertos como fechados, nos próximos 14 dias por determinação da Secretaria de Saúde do município.

A decisão em retroagir nas medidas tomadas anteriormente – que haviam tornado facultativo o uso do instrumento de prevenção contra a doença – se deve ao alarmante crescimento do número de casos do novo coronavírus no município especialmente nas últimas duas semanas – sinalizando que a cidade de 47 mil habitantes enfrenta a chamada 4ª onda da doença.

Num espaço de apenas seis dias – entre a última sexta-feira/3 e esta quinta-feira/9 – Niquelândia registrou 268 novos casos de Covid-19: eram 378 no início do final de semana passado e o número chegou a 646 casos,  no final da tarde desta quinta-feira.

O número de pessoas hospitalizadas subiu de 10 para 12 pacientes nesse mesmo período, segundo os dois boletins epidemiológicos divulgados pela Secretaria Municipal de Saúde de Niquelândia.

Desde o início da pandemia, há 2 anos e três meses, a cidade do Norte do Estado registrou 7.837 casos de Covid-19. Desse total, 7.038 pessoas se recuperaram; e 141 morreram.

Aliás, a última morte provocada pela doença consumou-se como fato inédito na semana passada: há pelo menos 6 meses não eram registrados óbitos pela Covid-19 em Niquelândia; e o número estava estabilizado em 140 mortes.

O QUE DISSE A PREFEITURA – De acordo com a secretária municipal de Governo, Nubiana de Fátima Nolasco, a retomada da obrigatoriedade do uso de máscaras em qualquer tipo de ambiente em Niquelândia está acompanhada de medidas restritivas à ocupação de espaços fechados, o que deve ocorrer por enquanto com apenas 70% da capacidade de público desses locais; e o reforço de medidas preventivas de higienização como a oferta contínua de álcool em estabelecimentos comerciais, por exemplo.

“De fato, embora o texto não fale taxativamente, nós voltamos ao uso obrigatório de máscaras em locais abertos e fechados, diferentemente do decreto anterior em que essa utilização foi estipulada como facultativa, como opcional por cada pessoa, e também nos casos em que esse uso era obrigatório em determinados ambientes, como nos hospitais e postos de Saúde. Limitamos novamente, agora, o funcionamento de algumas atividades em 70% da capacidade como academias, igrejas, feiras livres, salões de beleza, dentre outros. Porém, os eventos seguem permitidos desde que seus organizadores cumpram novamente as regras anteriormente vigentes, que estão voltando agora por força desse decreto que o município emitiu hoje para evitar a disseminação ainda maior desse vírus”, detalhou Nubiana.

E AS FESTAS? – Nos grupos de WhatsApp e redes sociais, a população de Niquelândia segue “responsabilizando”, por assim dizer, o excesso de festas típicas no Norte do Estado – como cavalgadas regadas ao excessivo consumo de álcool – pelo crescimento exorbitante do número de casos da Covid-19 no município já que o uso de máscaras em locais estava liberado até então, provocando aglomeração de pessoas.

Porém, de acordo com Nubiana, a Prefeitura de Niquelândia – neste primeiro momento – optou por não proibir a realização de eventos públicos da municipalidade e festas realizadas por iniciativa de particulares, sob o entendimento que nem mesmo o Governo do Estado e nem mesmo prefeituras de cidades da região tomaram a decisão por medidas mais restritivas.

“Graças a Deus, os nossos pacientes que se encontram hospitalizados não estão em estado grave. Se melhorar, a gente retorna [ao uso facultativo das máscaras] e, se piorar, nós ‘apertaremos ainda mais as cordas’ contra a doença. Os organizadores devem cumprir as regras, ou seja, exigir o uso de máscaras e a apresentação do comprovante de vacinação com pelo menos duas doses do imunizante. E as pessoas em geral, evidentemente, devem evitar as aglomerações. Embora o número de casos realmente tenha aumentado, ainda não temos como proibir de vez a realização de festas e eventos”, explicou a secretária de Governo de Niquelândia.