Ex-presidentes e atual presidente da Regional Uruaçu/Niquelândia do Sintego celebram 33º aniversário da entidade em Goiás
Bia de Lima, que comanda a entidade no Estado, apresentou o projeto “Sintego - História de Luta em um Memorial Multimídia” para as 36 regionais da categoria, através de videoconferência, na noite desta quinta-feira/26
Com transmissão simultânea via internet para a Regional Uruaçu-Niquelândia e para outras 35 sedes no interior do Estado, o Sindicato dos Trabalhadores na Educação de Goiás apresentou, na noite da quinta-feira/26 no auditório da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), em Goiânia, o projeto “Sintego – História de Luta em um Memorial Multimídia”.
No evento na capital, a entidade presidida pelo terceiro mandato seguido por Bia de Lima homenageou seus antecessores no cargo em nível estadual desde que o extinto Centro de Professores de Goiás (CPG) foi convertido no atual Sintego há 33 anos, após a promulgação da Constituição Federal em 1988.
Foi a partir daí que os trabalhadores do serviço público garantiram o direito de criar sindicatos. Antes disso, no início dos anos 1970, Goiás contava com a Associação dos Professores Primários (APP), que era voltada à assistência social aos professores.
Depois, a história conta o surgimento da Associação dos Professores do Ensino Médio (APEM). Posteriormente, a fusão da APP com a APEM resultou na criação do antigo CPG, já mencionado acima.
O evento na capital, na noite de ontem, marcou a primeira etapa do projeto com a apresentação de um videodocumentário com fotos/entrevistas em vídeo sobre a história dos ex-presidentes à frente do Sintego em nível estadual; e com fotos/textos sobre o trabalho dos líderes sindicais já falecidos. O conteúdo já está disponível no site https://sintegohistoriadeluta.org.
Por isso, ao passo que Bia de Lima detalhava o projeto em Goiânia, a presidente regional também reuniu seus antecessores no cargo para uma homenagem especial, seguida de um jantar comemorativo aos 33 anos da entidade, em seu salão social no Bairro Nossa Senhora do Carmo.
Pedagoga e professora do município de Niquelândia há 25 anos, com especialização em História, Maria Silvestre disse que sempre se sentiu muito instigada para ir à luta pelos direitos da categoria que, nas palavras dela, ‘sempre foram engolidos’ pelas administrações estaduais e também da cidade do Norte do Estado,
Segundo ela, todos os que ocuparam a presidência anteriormente se empenharam e, de uma forma ou de outra, fizeram história à frente das lutas e das pautas reivindicatórias por melhores salários e condições de trabalho dos educadores através das discussões encabeçadas pela Regional Uruaçu-Niquelândia do Sintego.
“Aprendemos isso dentro da sala de aula, no dia a dia da nossa profissão. Sou filiada ao Sintego há 15 anos, mas eu não almejava estar aqui, um dia, ocupando a presidência como agora. Quando surgiu essa oportunidade em minha vida, resolvi abraçar essa nova função. Para nós, esse evento tem grande significância para toda nossa classe, pois o Sintego comemorou seu 33º aniversário no ano passado após muitas lutas e muitas conquistas”, afirmou a presidente local do Sintego, que foi secretária de Educação de Niquelândia entre 2014 e 2016.
A PRIMEIRA PRESIDENTE – A professora aposentada Perpétua Antonia Gomes Pessoa foi uma das educadoras homenageadas ontem pela Regional Uruaçu-Niquelândia do Sintego, por ter sido a primeira presidente entre 1996 e 1999, ainda quando Uruaçu era a cidade-sede da entidade.
Em entrevista ao Excelência Notícias, Perpétua disse que, embora tenha total respeito pelo Sintego, disse que a luta da categoria precisa ser reorganizada para apresentar propostas não apenas para a luta mas também para a melhoria da qualidade de vida e do trabalho exercido hoje pelos professores.
“Não é só reivindicar, mas também solicitar a implantação de políticas públicas que melhorem a Educação no País. Vivemos hoje uma situação de grande desemprego, com jovens ainda analfabetos, fora da escola. Precisa haver a união da nossa classe para a solução desse grande problema. Sobre o meu período como presidente, pude inserir Colinas do Sul na área da antiga Subsecretaria Regional da Educação de Uruaçu [hoje ligada à CRE/Minaçu] na nossa Regional do Sintego. Por isso, sempre digo que tive a oportunidade – que o povo me deu – de trabalhar e de conhecer trabalhadores da Educação de várias cidades da nossa região; e agradeço muito por isso”, descreveu Perpétua.
Foi nesse período de Suely no comando que o Sintego recebeu, da Prefeitura de Niquelândia, a doação de uma área pública à construção de sua sede própria, onde permanece até os dias atuais, ganhando assim maior status no contexto das 36 regionais do sindicato.
Ela também notabilizou-se, em Niquelândia, por comandar ruidosas manifestações e passeatas da categoria em desfavor da gestão do então prefeito Ronan Rosa Batista.
“No meu período como presidente, vejo que fomos muito aguerridos, porque a luta era muito intensa, com inúmeras manifestações de ruas para colocar os pagamentos em dia; e que também renderam várias conquistas para a nossa categoria, como o Plano de Carreira do Magistério, que até hoje norteia nossa vida. Me lembro muito bem de tudo isso e sinto muita saudade da luta, pois quem nasce guerreiro jamais deixará de ser”, comentou a ex-presidente.
“Nós nunca comemos no ‘cocho’ de políticos, pois sempre quem estava no poder nunca atendia aos interesses da classe trabalhadora. Era uma queda de braço muito grande, em que conseguimos vários êxitos, como as eleições diretas para diretores de escola no mandato do então governador Henrique Santillo [que morreu em 2002]. Tínhamos um leque de discussões aberto com todos os setores que buscavam interesses populares em comuns na perspectiva de construção de democracia e de cidadania para a sociedade. Vejo o Sintego, hoje, como fruto de todo esse trabalho”, detalhou Horbylon.
O ex-presidente do Sintego relembrou, ao Excelência Notícias, que deslocou-se desde Uruaçu por 90 quilômetros na garupa de uma moto – por inúmeras vezes – para realizar manifestações sindicais à mobilização dos professores em Niquelândia; e também em outras cidades da área da Regional, como Campinorte, São Luiz do Norte e Mara Rosa, deixando assim um legado positivo durante o período em que esteve no comando da entidade.
Ainda por ocasião do evento do Sintego em Niquelândia, a ex-vice-presidente da regional entre 1999 e 2002, Marli Luiz da Silva Nolasco – ausente em função de problemas de saúde – foi representada pela professora Edilene Jeremias. A presidente daquele período, Delaci Martins Miranda, é falecida.
Presidente na gestão 2002-2005 do Sintego, o professor Wander Cândido da Costa compôs a mesa com Maria Silvestre e demais colegas-educadores.
O atual secretário de Educação da cidade, Wesley Campos, também compareceu à solenidade.
