Niquelândia

Ponte não suporta peso de caminhão carregado com soja e produtor rural sofre prejuízo de R$ 100 mil em Niquelândia

Queda do pesado veículo ocorreu na noite deste domingo/13 na região do Baruzeiro: produtor de soja disse que tentou, por diversas vezes, que a Prefeitura de Niquelândia fizesse reparos na ponte, sem sucesso

O engenheiro agrônomo Jardel Oliveira de Paula estima ter sofrido prejuízo de R$ 100 mil após seu caminhão carregado com 16 toneladas soja despencar de uma ponte de madeira sobre o Córrego Ponte Alta, na zona rural de Niquelândia.

O acidente ocorreu na noite deste domingo (13) na região do Baruzeiro, distante 60 quilômetros da área central da cidade do Norte do Estado.

O motorista do pesado veículo era um funcionário do produtor rural e, felizmente, sofreu apenas ferimentos leves. O caminhão ainda seria retirado do local nesta segunda-feira (14) com recursos próprios e sem qualquer tipo de assistência da Prefeitura de Niquelândia, segundo ele.

Jardel detalhou que a travessia estava em péssimo estado de conservação; e que tentou, por diversas vezes, que a Prefeitura de Niquelândia providenciasse os reparos na estrutura, visivelmente comprometida.

“Ali não passava somente o meu caminhão. Ali passavam vidas porque, perto da minha propriedade, existem vários assentados que trafegam de moto, de bicicleta, de carro. E, infelizmente, o Poder Público trata essa região com muito descaso”, comentou.

A indignação do produtor de soja é ainda maior porque, há dois anos, ele mudou-se de Jataí [cidade de destaque no Sudoeste Goiano para o agronegócio] para desenvolver a atividade econômica em Niquelândia.

Na ocasião, Jardel vislumbrou atrativos como a proximidade da cidade com a Ferrovia Norte-Sul para o escoamento de sua produção de grãos aos mercados consumidores; e a redução dos custos à aquisição e/ou arrendamento de áreas para o cultivo no Norte em relação ao Sudoeste, sua região de origem.

“Hoje, nosso País passa por uma dificuldade gigantesca e quem está ajudando a equilibrar nossa balança comercial é o agronegócio. Nós, produtores, gastamos dinheiro aqui na região e geramos divisas para a região. O prefeito de Niquelândia [Fernando Carneiro], que é médico, precisa entender que vidas não se salvam apenas num hospital, mas também preservando a vida das pessoas que estão em circulação. Minha maior indignação é que tentei contato várias vezes com o Maurício [Rocha, secretário municipal de Viação e Obras] e com o próprio prefeito, pedindo ajuda para que o município nos mandasse o maquinário [à reforma da ponte] e eu entraria com o combustível e a alimentação. Mas não obtive êxito”, afirmou Jardel.

Na avaliação do produtor rural, Niquelândia se mostra uma cidade muito rica e muito pobre ao mesmo tempo “porque os políticos da região acham que ainda vivem no tempo da mineração”, nas palavras dele.

Segundo Jardel, o Brasil vive um outro momento econômico bastante distinto com a expansão do agronegócio para localidades como Niquelândia e outras cidades do Norte Goiano.

Ele apontou que o caminhão acidentado transportava 300 sacas de soja, avaliadas em cerca de R$ 60 mil. Outros R$ 40 mil dizem respeito aos estragos verificados no caminhão, de tal forma que o produtor pretende acionar o Poder Executivo na Justiça para reparação dos danos que alega ter sofrido.

“Se [o prefeito Fernando Carneiro] não tem capacidade técnica e moral para ser um gestor público, que peça licença do cargo para cuidar da real atribuição dele [a Medicina]. O Brasil enfrenta problemas como esses [da ponte que cedeu, na passagem do caminhão] por falta de competência e de iniciativa. Temos ainda produção para escoar, mas estamos esquecidos pelo Poder Público nesta região [do Baruzeiro]”, afirmou o produtor rural, na entrevista ao Excelência Notícias.

RESPOSTA DA PREFEITURA – Maurício Rocha, que foi citado por Jardel de Paula, disse que o produtor rural ainda não o procurou informando-o do acidente; e dos prejuízos sofridos com a queda da ponte na região do Baruzeiro.

“A respeito da situação em que se encontrava a ponte, pode ser realmente que ele [Jardel] tenha nos procurado. Niquelândia conta com mais de 1.000 pontes em sua zona rural, sendo a maioria em estado precário. Temos feito reparos em muitas delas – inclusive essa do acidente estava em nossa programação para ser reformada ou reconstruída – mas por enquanto não havíamos conseguido fazer o serviço”, afirmou o secretário de Viação e Obras de Niquelândia.

Segundo Maurício Rocha, a pasta sob seu comando executou obras de reforma/reconstrução em 31 pontes na zona rural da cidade, número que ele considera “expressivo”. A ideia, segundo ele, é aumentar o quantitativo de pontes reformadas até o final de 2022.

Sobre a reconstrução da ponte na região do Baruzeiro, o secretário preferiu não estipular um prazo de imediato para a recuperação da estrutura em caráter emergencial, o que depende ainda de levantamentos de custos ao serviço.

“Estamos fazendo manutenção em pontes que ficaram abandonadas por mais de uma década. ninguém vai conseguir resolver todos esses problemas em prazo curto. Pedimos paciência da população; e atenção e cuidado aos usuários que não se arrisquem em estruturas que estiverem visivelmente comprometidas, como foi nesse caso que tratamos aqui”, explicou o secretário.

 

 

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