“Só me filiarei a um partido que apoie o projeto político de reeleição do governador”, afirma presidente da Alego, Lissauer Vieira, em entrevista ao Excelência Notícias

Presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), o deputado estadual Lissauer Vieira (PSB) recebeu a reportagem do Portal Excelência Notícias para uma entrevista em seu gabinete no Palácio Alfredo Nasser, sede da Alego, em Goiânia. Na conversa, o político de Rio Verde, cidade do Sudoeste Goiano, reafirmou seu desejo em concorrer a uma vaga de deputado federal nas eleições do ano que vem, após oito anos seguidos na Alego. Porém, Lissauer fez questão de frisar que seu projeto político para 2022 pode ser traçado em outro partido, já que o PSB deve apoiar uma candidatura de esquerda para a Presidência da República. Definindo-se como político de direita, assim como o governador Ronaldo Caiado (DEM), Lissauer diz que somente se filiará a um partido que caminhe junto com o projeto político do democrata; e praticamente descartou concorrer ao cargo de vice-governador, em substituição a Lincoln Tejota. Confira, abaixo, os principais trechos da entrevista do presidente da Alego, Lissauer Vieira, ao jornalista Euclides Oliveira:

Portal Excelência Notícias – Após dois mandatos consecutivos como deputado estadual, por que o senhor decidiu colocar-se como pré-candidato a deputado federal, em 2022?

Lissauer Vieira – Acho que todo político precisa crescer, precisa apresentar seu trabalho, mostrar sua competência, e mostrar para o eleitor que o seu representante está crescendo politicamente também. Vejo que esses meus dois mandatos – o primeiro como parlamentar e o segundo como presidente da Assembleia Legislativa, em que fui eleito nos dois anos iniciais e reeleito por unamidade para mais dois anos – me deram uma maior visibilidade política. Então, esse é o momento de buscarmos uma nova candidatura, para um novo cargo. O objetivo de todos nós, que somos pessoas públicas, é crescer na vida pública; e eu estou extremamente focado em levar benefícios às cidades – inclusive para sua região, o Norte do Estado; e ter resultados administrativos para nós conseguirmos viabilizar essa candidatura para deputado federal.

Excelência Notícias – O senhor fica ou sai do PSB?

Lissauer – O PSB é um partido no qual eu tenho total condição de diálogo aqui no Estado de Goiás, através do deputado (federal) Elias Vaz, que é o presidente do partido; e com quem não tenho dificuldade alguma para conversar. Toda vez  que atuei pelo partido, em nível de Estado, sempre obtive boas respostas. Porém, no cenário federal, o PSB é um partido de esquerda. E, como tal, sendo um partido de esquerda – e eu, um político com raízes de direita, de uma região agrícola, do município de Rio Verde; e de um eleitorado de direita – caso eu chegue ao Congresso Nacional, a tendência [do PSB] é exigir que eu tenha um posicionamento de esquerda, o que dificultaria muito para mim. Então, são situações que eu preciso avaliar; ver as questões partidárias; e ter ciência de como serão as diretrizes do PSB às eleições do ano que vem, que, ao que tudo indica, [o partido] caminhará com uma candidatura de esquerda. Se isso acontecer, de fato, terei de sair de fato do PSB. Não por desejo próprio, mas por situação política.

Excelência Notícias – E essa situação é também uma dificuldade política que se impõe também para o senhor aqui em Goiás, por ser um dos principais aliados do governador Ronaldo Caiado…

Lissauer –  Na realidade, tenho dito que só me filiarei a algum partido que apoie o projeto de reeleição do governador. Essa é uma condição que eu impus. O governador sempre foi um político combativo com a esquerda, em sua história política. Se por acaso o meu partido [PSB] caminhar com o governador, numa diretriz mais tranquila, eu poderei até permanecer. Porém, se o encaminhamento não for esse, não terei como permanecer.

Excelência Notícias – O nome do senhor também está sendo cogitado como candidato a vice-governador na chapa do governador Ronaldo Caiado, em substituição ao atual vice Lincoln Tejota. Ser o primeiro na linha de sucessão de Caiado é algo que lhe atrai politicamente?

Lissauer – Olha, eu fico extremamente feliz em estar sendo hoje cogitado para eu disputar uma eleição na chapa majoritária, ao lado do governador. Primeiramente, pela história do governador Ronaldo Caiado, por tratar-se de um político que sempre foi exemplo para todos nós. Fora isso, o governador veio do setor do agronegócio, assim como eu, que represento esse setor. O Caiado é um político que sempre foi muito combativo e que, hoje, transformou o Estado de Goiás para melhor. A parceria dele com a Assembleia Legislativa garantiu a governabilidade dele, que conseguiu fazer investimentos estruturantes no Estado, como mais de 1.000 quilômetros de asfalto; escolas reformadas; uniformes para os alunos; regionalização da Saúde; investimentos na área social, caso do Programa Mães de Goiás; e Aprendiz do Futuro, só para citar alguns, que são programas essenciais para a população do nosso Estado. Goiás, hoje, está se recolocando em situação de destaque no Brasil, no que tange à economia e viabilidade fiscal. Tudo isso ocorreu porque o governador teve, da Assembleia Legislativa, uma parceria consistente para votar matérias até mesmo polêmicas. Então, o que eu digo hoje é que o resultado de toda essa parceria [Governo de Goiás e Alego] que nós tivemos, nos dá a condição de sermos cogitados para a chapa majoritária. Mas, no entanto, o meu foco não é esse, meu projeto político não é esse. É óbvio que eu fico contente; e é claro também que a gente sabe a força política que a Assembleia Legislativa tem hoje por viabilizar o governo do governador Ronaldo Caiado. Eleição, faltando um ano para ser realizada, é uma eternidade até chegar o período das convenções.  Você precisa concordar comigo que o cenário sempre muda muito. Se, lá na frente, isso [ser candidato a vice-governador] for a vontade da maioria; o desejo também do governador; e se as condições políticas se encaminharem para isso, certamente não fugirei desse desafio da chapa majoritária.