Niquelândia

Sindicato Rural de Niquelândia debate fruticultura no Norte Goiano após visita em polo da atividade na divisa da Bahia com Pernambuco

Diego Coelho, presidente da entidade, apresentou detalhamento técnico do que presenciou em Juazeiro/BA e Petrolina/PE, onde fruticultura na região do Rio São Francisco emprega 120 mil pessoas e arrecadou R$ 1,7 bilhão com produção de uva, manga e goiaba em 2020

O Sindicato Rural de Niquelândia realizou, recentemente, o 1º Encontro de Fruticultores do Norte Goiano com Compradores do Distrito Federal. Na oportunidade, a entidade discutiu a inserção do município e de outros 32 municípios de Goiás na Rota da Fruticultura da Região de Desenvolvimento Econômico do Distrito Federal e Entorno (Ride-DF).

A rota foi criada recentemente pelos ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Regional através da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf), respectivamente.

Na oportunidade, o presidente do Sindicato Rural de Niquelândia, Diego Coelho Pereira da Silva, relatou o que presenciou em sua recente viagem aos municípios de Juazeiro/BA e Petrolina/PE, onde conheceu o Projeto Público de Irrigação Senador Nilo Coelho.

O projeto no Polo de Desenvolvimento Petrolina/Juazeiro [a divisa entre as duas cidades é de apenas quatro quilômetros] é coordenado pela Codevasf desde 1989.

Tal iniciativa é a grande responsável por colocar o município de Petrolina entre os maiores exportadores de frutas do Brasil. No ano passado, dos R$ 1,7 bilhão comercializados, os maiores destaques foram os cultivos permanentes de uva (67%); de manga (17%); e de goiaba (6%).

“Esse projeto é uma grande referência para o nosso País, como um todo. Em 23 mil hectares de área, são gerados 120 mil empregos diretos. Porém, para que possamos fazer algo maior, dentro da Ride, precisamos fazer primeiro o dever de casa, nessa que foi a primeira reunião presencial com os fruticultores da nossa região durante a pandemia. Essa reunião, aqui no sindicato, foi um marco rumo ao desenvolvimento da nossa fruticultura. Não que não exista a fruticultura em Niquelândia, mas o que precisamos fazer é potencializar esses produtores com assistência técnica, organização, mobilização e, principalmente, integração não apenas entre os produtores, mas também entre outras regiões e outros municípios”, comentou Diego.

Em Petrolina/Juazeiro, as outras culturas [caso das lavouras temporárias, como as hortaliças e grãos] participaram com apenas 9% do montante.

Nos últimos cinco anos, segundo a Codevasf, o valor bruto comercializado do projeto se manteve constante, apresentando apenas leves oscilações para mais ou para menos.

“A experiência deles pode ser considerada como a mais eficiente possível, tanto pela integração entre diversos órgãos; entre produtores rurais; e governo. A Codevasf é uma empresa governamental e o produtor rural, quando integrou-se a ela, teve a possibilidade de unir forças. Eu descobri lá, durante a visita que fiz, que unir forças transforma realidades com impactos ambientais, sociais e econômicos bastante positivos”, avaliou o presidente do Sindicato Rural de Niquelândia.

Nesse período, a maior variação de faturamento no Projeto de Irrigação Nilo Coelho deu-se em 2020 com aumento de 8% em relação ao ano anterior. Nesse período, as culturas permanentes contribuíram, em média, com 99%; e as culturas anuais com apenas 1% do faturamento.

“Essa viagem serviu não apenas para nos motivarmos para fazermos esse trabalho na área da Ride-DF, mas também para nos dar parâmetros técnicos do que já funciona lá em Petrolina/Juazeiro, furto da parceria mútua entre a iniciativa privada; produtores rurais; terceiro setor; e vários outros entes daqueles dois municípios; e também daquela região”, complementou o presidente do Sindicato Rural de Niquelândia.

Na entrevista ao Portal Excelência Notícias, Diego Coelho reforçou novamente a importância de parcerias robustas da entidade sob seu comando com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e com o Serviço Nacional de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) de Goiás, com o intuito de alavancar a fruticultura de Niquelândia e do Norte do Estado, de uma forma  geral.

“O Senar colabora com a assistência técnica porque o produtor precisa gerenciar a atividade dele – além da produção em si – o que é feito através do nosso Sindicato Rural. Feito isso – uma vez que a produção estiver boa dentro da propriedade, melhor e mais eficiente – aí entramos com o Sebrae, para que seja desenhado um Plano de Negócio e definir que tipo de produto o mercado espera poder adquirir; e por quais meios serão comercializados esses produtos”, comentou ele.

De acordo com o presidente do Sindicato Rural, a presença de um representante da Monte Branco Fruticultura [com sede em Padre Bernardo] nas discussões realizadas no dia 29 de julho serviu para um debate sobre a experiência da empresa com o plantio de uvas em áreas de Cerrado que a Monte Branco faz na cidade do Entorno do DF.

PROJETO PÚBLICO DE IRRIGAÇÃO NILO COELHO – Diego Coelho, presidente do Sindicato Rural em Niquelândia, visitou iniciativa pioneira de fruticultura na região do Vale do São Francisco, no último mês de junho [Foto: Divulgação]

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