Professora espera quase 6 horas em fila de vacinação drive-thru contra Covid-19 em Niquelândia

A vacinação contra a Covid-19 nesta segunda-feira/7, em Niquelândia, foi marcada por muita lentidão e reclamações de algumas pessoas que aguardavam para serem imunizadas em seus veículos pelo sistema drive-thru, no prédio onde desde o final de 2016 deveria funcionar uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA).

No horário do almoço, era possível notar uma longa fila de veículos estacionados na Avenida Brasil, a principal da cidade, no Jardim Primavera, onde foi construída a UPA.

Porém, na área lateral do prédio, havia uma fila de pessoas a pé, que também esperavam para serem vacinadas.

A professora Jane Marce Coelho da Silva, de 39 anos, chegou ao local por volta das 7h40 e às 12h30 ainda não havia sido vacinada, o que acabou ocorrendo às 13h10.

Segundo ela, uma única funcionária da Secretaria Municipal de Saúde trabalhava na aplicação das doses, naquele horário. Para a educadora, o panorama era de completa desorganização.

“Eu desci do meu carro para ver o que estava acontecendo porque a fila [de veículos] estava muito grande e não havia nenhuma informação se todos realmente seriam vacinados hoje. Fora isso, havia uma fila muito grande de pessoas sem carro; e a gente não conseguia entender qual era a sequência das pessoas que seriam vacinadas; e em que momento a vacinação realmente ocorreria”, detalhou Jane Marce.

Foi a educadora que requisitou a presença do Portal Excelência Notícias no prédio da futura UPA, para esta reportagem.

RESPOSTAS  – O secretário municipal de Educação, Wesley Campos, detalhou que sua pasta agendou a vacinação para um grupo de 220 pessoas das redes municipal e estadual da Educação da zona rural da cidade – incluídos nessa conta 43 transportadores escolares – nesta segunda-feira/7.

Segundo ele, 95% das pessoas listadas para a vacinação estavam em seus veículos, na fila; enquanto os 5% restantes foram transportados até o local em micro-ônibus do transporte escolar, se postando assim na fila de pedestres para receber o imunizante.

De acordo com a enfermeira Flávia Soares Pessoa, atual coordenadora do Núcleo de Atenção Básica da Secretaria Municipal de Saúde de Niquelândia, três vacinadoras trabalham diariamente na vacinação contra a Covid-19 no prédio destinado à UPA na cidade.

Segundo ela, o problema apontado por Jane Marce realmente ocorreu no período da manhã, já que uma das profissionais trabalhou exclusivamente na aplicação da segunda dose no Ginásio de Esportes Teófilo José Taveira.

“Duas vacinadoras ficaram trabalhando na UPA, sendo que uma delas atendia quem chegava de carro; e a outra [vacinadora] atendia quem estava na fila de pessoas, do outro lado”, explicou.

Nesta terça-feira/8, a previsão é vacinar pessoas com 59 anos até às 14 horas; e de 58 anos após às 14 horas. Flávia aponta que as filas serão novamente inevitáveis.

“Não haverá somente esse dia para se vacinar. Precisamos trabalhar no nosso tempo [entre a checagem de documentos e a aplicação propriamente dita] para não fazermos nada errado”, comentou a coordenadora.

Flávia disse ao Excelência Notícias que, em cidades com até 50 mil habitantes – como é o caso de Niquelândia – a pactuação firmada com a Secretaria Estadual de Saúde [SES-GO] determina que a campanha de vacinação contra a Covid-19 seja centralizada num único local da cidade, sendo assim inevitável a demora para receber a imunização em algumas situações.

“O que nós estamos pedindo, nesse momento, é paciência para as pessoas. Em todos os lugares, não apenas em Niquelândia, as pessoas estão se deparando com essa questão das filas. Estamos sempre buscando a melhor logística para atender a todos”, afirmou Flávia Soares.