Presidente da Enel inaugura nova subestação em Niquelândia e anuncia investimento de R$ 240 milhões no Norte do Estado
Previsão do executivo da empresa italiana é que o recurso seja aplicado até o final de 2022: obra em Niquelândia, orçada em R$ 30 milhões, integra pacote inicial de R$ 134 milhões em serviços de modernização e melhorias no sistema elétrico de toda a região
Venezuelano que reside há 14 anos no Brasil, o presidente da Enel Distribuição Goiás, José Luís Salas, esteve em Niquelândia na manhã da quinta-feira (1º) para a inaguraução oficial da nova subestação de energia da empresa, na Vila Mutirão.
Com investimento de R$ 30 milhões em pouco mais de dois anos de obras, a Subestação Niquelândia da Enel deverá encerrar, por completo, os problemas que a população da cidade do Norte do Estado enfrentava com seguidas – e demoradas – quedas de energia.
No evento, a Prefeitura de Niquelândia esteve representada pelos secretários Francisco Ferreira da Silva (Finanças) e Geriana Joaquim da Silva (Governo). Em todo o Norte do Estado, detalhou Salas, os investimentos da Enel deverão chegar a vultosos R$ 240 milhões, nos próximos dois anos.
Na entrevista ao Portal Excelência Notícias, o executivo da subsidiária de energia da empresa italiana em Goiás também detalhou a resolução dos pontos de conflito com o governador Ronaldo Caiado (DEM), que ameaçou desfazer o negócio da venda da antiga Celg para a Enel, se os problemas na qualidade dos serviços não fossem saneados. Abaixo, a íntegra da conversa com Salas:
Portal Excelência Notícias – Sua presença aqui em Niquelândia, nessa inauguração da subestação no bairro da Vila Mutirão, marca um novo momento da Enel Distribuição Goiás no município?
José Luis Salas – Dentro do nosso plano de investimento e de melhora da qualidade da energia que disponibilizamos para os consumidores, a Subestação Niquelândia era um dos polos principais que tínhamos para 2020. Estamos dobrando a capacidade de fornecimento para Niquelândia, com a instalação de dois transformadores de 20 MVA, totalizando 40 MVA. Para se ter uma ideia, 40 MVA seria suficiente para levarmos energia a cerca de 47 mil famílias. Então, para nós, na Região Norte do Estado, essa obra aqui em Niquelândia é uma das mais importantes.
EXN – Além desse investimento de R$ 30 milhões em Niquelândia, em quais outras cidades do Norte a Enel Goiás está melhorando a qualidade do fornecimento de energia?
Salas – Nesta região toda em que nós, internamente, chamamos de ‘Região Uruaçu’ – composta por Uruaçu, Minaçu, Porangatu e Niquelândia, dentre outras cidades – estamos investindo R$ 134 milhões. E, entre 2020 e 2022, vamos chegar até R$ 240 milhões. Nesta região, iremos colocar mais 80 MVA, com capacidade para atendimento de mais de 90 mil famílias, proporcionando mais robustez no sistema elétrico da região.
EXN – A Subestação Niquelândia beneficia somente o município ou atende outras localidades?Salas – O sistema elétrico funciona de forma maleável e integrada, eu costumo dizer. Então, quando eu coloco uma fonte [de energia] aqui em Niquelândia, essa nova fonte [a subestação] beneficia Niquelândia e também as regiões circunvizinhas.
EXN – O senhor, pessoalmente falando, tinha conhecimento que, no período em que a concessionária de energia em Goiás ainda era a Celg Distribuição, das dificuldades que os moradores da área urbana de Niquelândia enfrentavam quando dependíamos da linha de transmissão instalada na mineradora Anglo American, a 45 quilômetros de distância, mesmo essa cidade sendo a maior de Goiás a maior em extensão territorial? Quando havia uma pane, era comum ficarmos horas sem energia elétrica aqui. Inclusive, a própria Enel enfrentou essa dificuldade aqui, quando assumiu o controle da operação da Celg, enfrentando até mesmo problemas de relacionamento com o governador Ronaldo Caiado.
Salas – Claro. Gostei dessa colocação porque, no início da minha fala, coloquei que essa obra é uma das mais prioritárias do nosso Plano de Investimentos para 2020. Precisamente, pelo o que você afirmou, sobre o que representa Niquelândia no Estado; e o sistema elétrico que a cidade tinha, anteriormente. Você também comentou um ponto muito importante que, quando fechamos o acordo/parceria com o Governo do Estado, um dos pontos debatidos era justamente a situação de Niquelândia. Finalmente, estamos entregando essa nova subestação. Mas, não é apenas uma nova subestação. Também construímos 25 quilômetros de redes de distribuição de média tensão, que vai melhorar a qualidade da energia e do nosso serviço no município.
EXN – Em determinado momento, o governador Ronaldo Caiado ameaçou que poderia desfazer o negócio da venda da Celg para a Enel, transação essa feita no governo anterior ao dele. Esse posicionamento dele foi o ‘choque de alta tensão’, literalmente, que a Enel precisava para começar a se mexer em Goiás?
Salas – É a primeira vez que me fizeram uma colocação nesse sentido (risos). Em determinado momento, outras pessoas me perguntavam “vocês não tem relacionamento com o governo?”. E nós sempre respondemos que tínhamos sim, mas que o governo estadual tinha um posicionamento e nós, outro. Mas o importante é que sempre mantivemos esse relacionamento até acharmos um ponto comum, o ponto que nos une. Quando houve esse acordo [com Caiado] – sendo bem transparente com você – nosso plano inicial era fazer investimentos até 2025. E, por esse acordo, reduzimos esse prazo para até o final de 2022, fazendo essa antecipação de três anos em investimentos. Isso nos levou a ter uma estrutura diferente que temos hoje, obrigando-nos a construir 23 novos centros de treinamento de profissionais para o setor elétrico, pois não se tinha essa força de trabalho em Goiás. E, assim, passamos de 3.000 para 6.000 eletricistas trabalhando conosco. Além de melhorarmos a qualidade do serviço, também proporcionamos geração de emprego e renda para o Estado, com essa antecipação. Eu sempre falo que o próprio secretário-chefe [Geral da Governadoria], Adriano Rocha Lima, costuma dizer, que chegamos ao ponto comum que temos, que é o desenvolvimento do Estado de Goiás. Essa é a grande verdade.
EXN – Além da nova Subestação Niquelândia, a Enel Distribuição fez – ou está fazendo – outros investimentos na cidade e na Região Norte de Goiás?
Salas – Sim. Nós estamos dobrando o número de equipes que nós tínhamos para reparos de emergência, em todo o Estado. Em setembro do ano passado, nós tínhamos 1.000 equipes e agora, em setembro deste ano, passamos para 1.929 equipes. Somente nessa região de Uruaçu, passamos de 84 equipes para 141 equipes. Quanto às bases operacionais, eram apenas 29 e não conseguíamos atender todo o Estado. Hoje, nós temos 62 bases operacionais. Nesta região, tínhamos apenas cinco bases. Hoje, temos nove no total. Dessa forma, estamos conseguindo reduzir o tempo para o atendimento de emergência aos consumidores, o que também nos deu mais força para os trabalhos rotineiros de manutenção. Somente nesta região, investimos também mais de R$ 50 milhões em podas de árvores; em limpeza de faixas [retirada de toda a vegetação na faixa onde a linha de transmissão está instalada, a fim de evitar que ela chegue na rede; e na correção de defeitos. Apenas em Niquelândia, fizemos a correção de 1.200 defeitos; mais de 7.000 podas de árvores; e fizemos limpeza de faixas em mais de 1.200.000 m².
EXN – Diante da entrega dessa obra dessa nova subestação, gostaríamos que o senhor deixasse uma mensagem, enquanto presidente da Enel em Goiás, para a população de Niquelândia.Salas – Quero dizer para todos os nossos clientes em Niquelândia que, para mim – como pessoa e como profissional – esse é um momento de muito orgulho, de poder estar aqui em Niquelândia fazendo esse evento; e de entregar uma obra com essa qualidade para uma região tão importante como é a Região Norte – não apenas para nós, da Enel – mas para o próprio Estado de Goiás, dentro do acordo que comentamos, da necessidade de aumentar a capacidade e a oferta de energia aqui em Niquelândia. Eu quero que vocês, da imprensa, levem para a população esse nosso compromisso, pois somos uma empresa séria, que veio para ficar. Não viemos para experimentar, mas sim para trabalhar, com investimentos previstos de mais de R$ 3 bilhões, sempre procurando oferecer a melhor qualidade de nosso serviço. Temos problemas – não vou falar que não temos – mas estamos trabalhando para resolvê-los, com intensidade; com profissionalismo; e com uma paixão que fará com que nós, da Enel, possamos nos tornar uma das melhores distribuidoras de energia do País.