PSL vai de chapa pura à disputa pela Prefeitura de Niquelândia com Sargento Nunes e Simone Barbosa
Policial militar contraria expectativa da 'velha política' da cidade do Norte do Estado e decide seguir adiante na luta pela cadeira de prefeito da cidade após um trabalho feito com bastante discrição por ele próprio, mas com muito respaldo de seus apoiadores nas redes sociais, nos últimos 18 meses
Sargento da Polícia Militar (PM) do Estado de Goiás com 30 anos de serviços prestados à corporação, Edmilso Nunes confirmou, no final da noite da quarta-feira (16), que será realmente candidato a prefeito de Niquelândia nas eleições marcadas para o próximo dia 15 de novembro.
Nunes anunciou composição de chapa pura da legenda com a indicação da fonoaudióloga Simone Souza Mendonça Barbosa para a disputa do cargo de vice-prefeita da cidade do Norte do Estado.
A decisão de Sargento Nunes em ir às urnas mostra que o ex-integrante do Grupo de Patrulhamento Tático (GPT) da PM de Niquelândia não apequenou-se diante do ‘isolamento político’ que lhe foi imposto pelas principais lideranças partidárias do município de 45 mil habitantes.
Na busca pelo Poder Executivo, nomes tradicionais que rivalizaram posicionamentos políticos na fase da pré-campanha assumiram rumos convergentes na tentativa de barrar a tentativa de reeleição do prefeito Fernando Carneiro (PSD), que terá o empresário Carlos da Líder com candidato a vice.
Com base na legislação que restringe a filiação partidária de militares – mas faculta que isso ocorra às vésperas das eleições mediante formalização da escolha na ata da convenção – Sargento Nunes ingressou no PSL, partido pelo qual o presidente da República Jair Bolsonaro elegeu-se em 2018.
Bolsonaro hoje está sem partido, mas a trajetória política do militar reformado que chegou ao cargo de Chefe da Nação graças ao apoio maciço das redes sociais há dois anos foi igualmente utilizada por Sargento Nunes, com uma única diferença: a discrição.
Homem de poucas palavras – reservado em função de sua patente na PM – Nunes viu sua pré-campanha crescer em Niquelândia pela iniciativa de alguns poucos entusiastas iniciais para que disputasse a prefeitura.
A ação, bastante tímida no começo, ganhou corpo nos últimos 18 meses. Inúmeros proprietários de automóveis colocaram, no vidro traseiro de seus veículos, adesivos perfurados com uma caricatura de Nunes devidamente uniformizado com as vestes da PM, em posição de sentido, batendo continência.
Depois, os adesivos viraram ‘figurinhas’ no aplicativo de mensagens WhatsApp, fazendo com que a aceitação da pré-candidatura do militar aumentasse ainda mais.
Discretíssimo, Sargento Nunes nunca gravou um áudio ou comentou algo por mensagem de texto nas redes sociais. Observou toda a movimentação em torno de seu nome e traçou uma estratégia de não dar entrevistas à imprensa de Niquelândia, em nenhum momento da fase pré-eleitoral.
Como um estrategista pronto para abater seu oponente, Nunes puxou o gatilho de seu armamento político apenas no momento que considerou pertinente, ao aceitar conceder entrevista ao vivo ao Programa Excelência Debate, a ‘live’ do Portal Excelência Notícias, na última sexta-feira/11.
No conteúdo – transmitido simultaneamente pelos canais de comunicação do jornalista Euclides Oliveira no Facebook e no YouTube – Nunes afirmou, de maneira taxativa, que “não se comoveria” diante de alguma oferta de dinheiro (“propina”) para que desistisse de sua pré-candidatura.
Em outro ponto alto da entrevista, o pré-candidato do PSL chegou a dizer que, uma vez eleito, poderá dar utilizar de suas prerrogativas de policial militar e voz de prisão para algum secretário e/ou assessor mais próximo que lhe propor superfaturamento de algum contrato com dinheiro público, em troca de vantagens pessoais.
A escolha a dedo de um nome sem vícios políticos à sua linha sucessória – Simone Barbosa foi uma das grandes incentivadoras para que o militar apresentasse seu nome à sociedade niquelandense – evidencia que o postulante do PSL à prefeitura quer ser não apenas o novo, mas o “novo verdadeiramente novo” em Niquelândia para aplacar o histórico de escândalos de corrupção no trato com a coisa pública, com o dinheiro do contribuinte.