Caiado critica prefeitos que tratam Covid-19 como algo “inofensivo” para evitar derrota nas eleições municipais
Insatisfação do governador também foi dirigida aos empresários goianos que questionam a quarentena alternada de 14 dias para conter o avanço do novo coronavírus no Estado: "Infelizmente, algumas pessoas parecem que nasceram com o ‘coração no bolso’, o que é uma anomalia”, afirmou
Entrevistado nesta quarta-feira por diversos meios de comunicação de abrangência nacional e estadual, o governador Ronaldo Caiado (DEM) condenou posturas de prefeitos de Goiás e de todo o Brasil que tratam a pandemia da Covid-19 como algo “inofensivo”, com medo de perderem votos nas eleições municipais adiadas para novembro.
Ao destacar a gravidade do atual momento da pandemia do novo coronavírus em todo o País, Caiado alertou autoridades que, tal como Pôncio Pilatos, estão decidindo ‘lavar as mãos’, perante o problema.
“Não dá mais para confundir o momento de pandemia com campanha eleitoral”, afirmou o governador, de forma taxativa. Goiás, segundo ele, registra hoje mais de 1.000 novos casos de Covid-19 diariamente.
De acordo com Caiado, a quarentena preventiva – em março, no início da pandemia – resultou em 66% de adesão dos goianos ao isolamento social, percentual esse que vem caindo drasticamente desde então.
“Num segundo momento, preparávamos uma flexibilização progressiva, que foi rejeitada pela maioria dos prefeitos em nossa reunião por videoconferência, no dia 18 de maio”, relembrou Caiado.
Segundo o governador, a negativa dos prefeitos do interior do Estado para com sua proposta contribuiu para o aumento e agravamento de casos, elevando assim a curva dos óbitos em Goiás.
Nas entrevistas, Caiado reafirmou que o Superior Tribunal Federal (STF) deu autonomia para Estados e municípios decidirem o caminho a seguir de forma independente, como está sendo feito hoje pelas prefeituras.
Do contrário, segundo o governador, a quarentena alternada já estaria em pleno funcionamento em todos os 246 municípios de Goiás.
Como se sabe, a quarentena alternada foi proposta pela Universidade Federal de Goiás (UFG) para que seja alcançado um índice de isolamento social entre 50% e 55% durante o período de 14 dias em que o comércio ficar fechado.
Infelizmente, algumas pessoas parecem que nasceram com o ‘coração no bolso’, o que é uma anomalia”, afirmou Caiado, sobre o posicionamento de alguns empresários contra a proposta da quarentena alternada.
As projeções feitas por pesquisadores goianos apontam que o Estado poderá ter 18.000 mortos até o final de setembro, caso providências efetivas não sejam tomadas nesse momento.
“Tenho que hoje governar com prioridades diferentes das que eu tinha no meu plano de governo, em 2018. É preciso focar no que as circunstâncias atuais nos demandam”, ponderou Caiado, citando a criação da inédita Secretaria da Retomada em Goiás.
Pensada exclusivamente para reaquecer a economia no Estado. a secretaria reúne atribuições que estavam sobrepostas em algumas áreas do governo do democrata.
Segundo Caiado, a estruturação da Secretaria da Retomada não consumirá nenhum recurso público, possibilitando assim economizar as verbas dos cofres estaduais.
Para auxiliar as famílias que se encontram em situação de maior vulnerabilidade no Estado, o Governo de Goiás adquiriu cerca de 220 mil cestas básicas e já abriu novo processo de licitação para a compra de mais kits. [Com informações da Secretaria Estadual de Comunicação/SECOM – Governo de Goiás]