Caiado garante que pasta da Indústria e Comércio dará respaldo ao pós-minério em Niquelândia e em Minaçu

Empossado governador do Estado na terça-feira (01/01) pela Assembleia Legislativa, Ronaldo Caiado (DEM) recebeu a imprensa de Goiás para sua primeira entrevista coletiva no exercício do cargo na manhã desta quarta-feira (02/01) no Centro Cultural Oscar Niemayer, em Goiânia.

O Portal Excelência Notícias foi o único meio de comunicação de Niquelândia que se fez presente ao evento, na capital (com entrada ao vivo por 18 minutos na Rádio 104,7 FM no programa “Show da Manhã”, apresentado por Robson Vieira); e também na solenidade de posse dos secretários do primeiro escalão do democrata no auditório do local, às margens da GO-020, na saída de Goiânia para Bela Vista de Goiás.

Nos dois eventos, Caiado estava acompanhado pelo vice-governador Lincoln Tejota (PROS); e por sua esposa e primeira-dama Gracinha Caiado, que assumiu a presidência da Organização das Voluntárias de Goiás (OVG).

“Quero, quando terminar meu governo, daqui a quatro anos, deixar um legado de transparência; de gestão; e de competência; para poder continuar andando pelas ruas e morando no Estado de Goiás. Esse é o meu objetivo”, afirmou o governador, no discurso após empossar sua equipe de trabalho.

Caiado fez, é claro, uma referência indireta ao ex-governador Marconi Perillo (PSDB) que, após ser derrotado na disputa pelo Senado em outubro, mudou-se para São Paulo em novembro para prestar serviços de consultoria à Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).

MINERAÇÃO – Entre os muitos assuntos abordados pelos profissionais de comunicação presentes à coletiva de imprensa, Caiado respondeu com exclusividade ao jornalista Euclides Oliveira que a cidade-sede do Excelência Notícias e outros municípios do Norte do Estado economicamente alicerçados na atividade mineral terão, em seu governo, atendimento específico de um departamento da Secretaria Estadual de Indústria e Comércio.

NIQUELÂNDIA – No próximo dia 18 de janeiro, a paralisação das atividades da Votorantim Metais completará 3 anos. Foi exatamente no começo de 2016 que a multinacional anunciou que o negócio de extração e beneficiamento de minério de níquel na planta do Acampamento Macedo se tornou inviável porque a tonelada do produto havia atingido o menor valor de sua história, no mercado internacional: cerca de 8 mil dólares, quando o custo de produção na cidade do Norte do Estado era de 10 mil dólares, por tonelada.

Na oportunidade, 800 trabalhadores diretos foram demitidos; e outros 1.200 de empresas terceirizadas (que prestavam serviços ao Grupo Votorantim) também perderam seus empregos. Em situação de colapso orçamentário, a Prefeitura de Niquelândia deixou de pagar salários em dia; e o comércio local sofreu forte retração com o fechamento de vários estabelecimentos na Avenida Brasil, a principal da cidade.

A mineradora, por seu turno, achou por bem abolir a utilização da nomenclatura “Votorantim Metais” nas ações de responsabilidade social que ainda opera na cidade; e transferiu o controle das operações de sua Unidade de Negócio Níquel para a Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), uma das empresas do Grupo Votorantim, sediada no município de Alumínio (SP).

O QUE DISSE QUE CAIADO – “A mineração é uma das áreas que mais irei focar no sentido de podermos explorar, cada vez mais, o potencial dessa atividade no Estado de Goiás; e ao mesmo, poder gerar empregos e perspectivas de desenvolvimento dessas cidades que, normalmente, estão localizadas nas regiões mais carentes do nosso Estado. É este o apoio que o meu governo saberá dar à essas cidades e para essas empresas. Claro que, evidentemente, nós (o Estado) não mandamos no preço de cada um desses produtos minerais no mercado internacional. A oscilação desses valores, no caso, não depende de uma ação de governo”, afirmou o novo governador de Goiás, em rápida entrevista exclusiva ao Portal Excelência Notícias.

MINAÇU – Ainda sobre mineração, Ronaldo Caiado demonstrou forte preocupação com a situação econômica de Minaçu. A cidade, como se sabe, dependia fortemente da arrecadação proporcionada pela Sama Minerações Associadas, a partir da extração do amianto crisotila.

Em dezembro de 2017, a Eternit anunciou a paralisação das atividades da Sama em Minaçu depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu pelo banimento do crisotila, produto que era largamente utilizado no país na fabricação de produtos para construção civil como telhas e caixas d’água.

Os críticos ao uso do amianto alegaram, na ação junto ao STF, que o produto poderia causar risco para a saúde humana, inclusive com potencial cancerígeno.

Caiado afirmou que ontem mesmo, no primeiro dia de seu mandato, já procurou representantes da Organização Internacional do Trabalho (OIT) para que participem de um encontro com ele em Goiás para tratar do assunto que determinou o fechamento da Sama.

“Vamos dizer (para a OIT) que não podemos fechar, de uma hora para outra, aquilo que é o sustento do município de Minaçu; e também fazer essa reunião no sentido de buscarmos alternativas que Minaçu e outras cidades do Norte sobrevivam. Cada caso será tratado por mim, no seu devido momento”, completou Caiado, também para o Excelência Notícias.

OUTROS ASSUNTOS – Cercado por um batalhão de repórteres e cinegrafistas, o governador Ronaldo Caiado disse o Estado irá baixar portarias específicas para determinar o corte de gastos com cargos comissionados; contenção de despesas com aluguéis de veículos; com passagens aéreas; dentre outras não menos relevantes, para que os recursos públicos possam ser melhor aplicados nas áreas mais prioritárias aos goianos.

Ainda ontem, informado pelo médico e deputado federal eleito Zacharias Calil (DEM) que o Hospital Materno-Infantil (HMI) fecharia suas portas nesta quarta-feira (02/01), Caiado retornou rapidamente de Brasília para Goiânia após acompanhar a posse do presidente Jair Bolsonaro (PSL).

O motivo, segundo informou a direção do HMI para Caiado, seria uma dívida do Governo do Estado com o hospital no valor de R$ 60 milhões; e que, desse valor, a gestão do agora ex-governador José Eliton Júnior (PSDB) teria quitado apenas R$ 6,5 milhões.

O assunto seria discutido após a coletiva pelo governador com o novo secretário estadual de Saúde, Ismael Alexandrino Júnior. Sobre as Organizações Sociais (OSs) que administram complexos como o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), Ronaldo Caiado afirmou que ainda é cedo para emitir uma posição definitiva sobre o assunto no que diz respeito à divida do Estado com tais entidades; sobre a qualidade do serviço prestado aos usuários do SUS; e ainda lembrou que os prefeitos das cidades do interior cobram, há 10 meses, os repasses do Governo de Goiás às secretarias municipais de Saúde.

“O quadro da Saúde é, hoje, muito mais grave que os números que estão apresentados no Portal da Transparência”, disse o governador. Sobre o pagamento dos servidores públicos estaduais, Ronaldo Caiado disse que a meta é pagar os vencimentos dentro do mês trabalhado como uma forma de respeito aos funcionários do Estado. O pagamento do mês de janeiro, o primeiro de seu mandato, está garantido.

A quitação do mês de dezembro – o último do governo anterior – será feita por Caiado após tratativas com os poderes Judiciário e Legislativo; e com as associações de servidores para encontrar uma solução conjunta e definitiva.

Segundo o governador, a equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, fará uma avaliação detalhada da real situação econômica do Estado juntamente com a secretária estadual da Fazenda, Cristiane Alkmin Junqueira Schmidt.

A missão, arquitetada por Caiado com Bolsonaro ainda na fase de transição no governo federal, prevê retaguarda da Secretaria do Tesouro Nacional e da Previdência Social em Brasília junto ao novo presidente da República.

SEGURANÇA PÚBLICA – “Ontem (na cerimônia de posse) eu disse que devolvi o Palácio das Esmeraldas (a residência oficial do governador) ao povo goiano; e disse que eles (os comandantes das polícias Civil e Militar) têm a obrigação de devolver nossas ruas para a sociedade goiana. Apesar da quantidade mínima de policiais que nós temos hoje, pedi que esse trabalho seja feito com esforço redobrado para garantir a eficiência e a dedicação das nossas polícias”, afirmou Caiado.

O governador ainda disse que não está reajustando os salários dos policiais militares que ingressaram na carreira no serviço público com salário de R$ 1.500,00. Segundo Caiado, é inadmissível que um PM execute sua função dignamente com um valor tão reduzido; e que, por isso, vai enviar à Assembleia Legislativa um projeto de “correção das distorções”, o que representará despesa de R$ 11 milhões por mês aos cofres do Estado.

OS SECRETÁRIOS EMPOSSADOS POR CAIADO – Anderson Máximo de Holanda (Casa Civil); Ernesto Roller (Governo, que fez pronunciamento em nome dos demais secretários); Juliana Pereira Diniz Prudente (Procuradora-Geral do Estado); Newton Nery de Castilho (Casa Militar); Pedro Henrique Ramos Sales (Gestão e Planejamento/SEGPLAN); Adriano da Rocha Lima (Desenvolvimento Econômico, Científico e Tecnológico e de Agricultura, Pecuária e Irrigação/SED); Andréa Vulcanis (Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Infraestrutura, Cidades e Assuntos Metropolitanos/Secima); Rodney Rocha Miranda (Segurança Pública); Odair José Soares (Delegado-Geral da Polícia Civil); Renato Brum dos Santos (Comandante-Geral da Polícia Militar); Dewislon Adelino Mateus (Comandante-Geral do Corpo de Bombeiros ); Ismael Alexandrino Júnior (Saúde); Cristiane Alkmin Junqueira Schmidt (Fazenda/SEFAZ); Marcos Ferreira Cabral (Mulher, Desenvolvimento Social, Igualdade Racial e Direitos Humanos); Marcos Roberto Silva (presidente do Detran); Vassil José de Oliveira (Presidente da Agência Brasil Central/ABC); Antônio Carlos de Souza Lima Neto (Superintendente Executivo de Agricultura); Aparecida de Fátima Gavioli Soares Pereira (Educação, Cultura e Esporte/Seduce); Edival Lourenço (Superintendente Executivo de Cultura /Seduce); Rafael Ângelo do Valle Rahif (Superintendente Executivo de Esporte e Lazer/Seduce); e Aderbal Caiado (presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras/Agetop).