Prefeito de Niquelândia confirma apoio à Francisco Júnior para deputado federal em outubro
Deputado estadual por dois mandatos faz reunião política na cidade do Norte do Estado na presença de Vilmar Rocha na disputa por vaga no Congresso Nacional: trajetória invejável de um dos fundadores do PSD em Goiás
Com apoio incondicional do prefeito Fernando Carneiro (PSD), o deputado estadual Francisco Júnior (PSD) realizou o lançamento oficial de sua candidatura para deputado federal às eleições de 7 de outubro na noite da quarta-feira (29) na Laços Eventos, em Niquelândia. Lideranças políticas de vários partidos no âmbito local prestigiaram a reunião.
O presidente estadual do PSD, Vilmar Rocha – candidato a suplente na disputa do ex-governador Marconi Perillo (PSDB) por uma das duas vagas de Goiás no Senado – referendou a postulação de Francisco Júnior ao Congresso Nacional lembrando de sua bem-sucedida carreira política.
Em Niquelândia, Vilmar e Francisco Júnior foram formalmente recepcionados pelo presidente do diretório municipal do PSD, Valdemi Ferreira da Silva, o popular Valdemi do Taxi; e pelo vereador em segundo mandato Erivaldo Mendanha da Silva, o Piqui, também filiado ao PSD.
TRAJETÓRIA – Francisco Júnior ingressou na vida pública em 2005, logo após a vitória de Iris Rezende para a Prefeitura de Goiânia em 2004. Como secretário municipal de Planejamento, elaborou e conseguiu aprovar o novo Plano Diretor de Goiânia; e promoveu o primeiro concurso público da pasta.Eleito vereador em Goiânia em 2008 com 11.462 votos – a segunda maior votação daquele pleito – Francisco Júnior foi presidente da Câmara Municipal da capital logo após assumir o mandato, entre janeiro de 2009 e dezembro de 2010.
Em 2010, chegou à Assembleia Legislativa de Goiás pela primeira vez pelo PMDB (atual MDB), recebendo 30.030 votos; e ocupou a presidência da Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo do parlamento goiano.
Em 2011, filiou-se ao PSD sendo um dos pioneiros na fundação da legenda em Goiás, juntamente com Vilmar Rocha. Reeleito em 2014 para o segundo mandato como deputado estadual com 29.718 votos, Francisco Júnior foi presidente da Comissão de Tributação, Finanças e Orçamento, a mais importante do Palácio Alfredo Nasser.
Na sequência, Francisco Júnior foi candidato do PSD à Prefeitura de Goiânia em 2016. Ficou em quarto lugar na disputa com 63.731 votos conquistados na eleição vencida pelo então candidato e atual prefeito da capital, Iris Rezende (MDB).
Formado em Direito em 1996 pela antiga Universidade Católica de Goiás (hoje PUC-Goiás), o candidato a deputado federal apoiado pelo prefeito de Niquelândia concluiu pós-graduação Relações Internacionais no Mercosul. Francisco Júnior possui, ainda, mestrado em Desenvolvimento e Planejamento Territorial.
Nas eleições suplementares de 2018 em Niquelândia – quando o médico e atual prefeito Fernando Carneiro buscava viabilizar sua candidatura – o deputado estadual Francisco Júnior abriu as portas de seu gabinete na Assembleia Legislativa para seu colega de partido, até então novato na disputa por cargos públicos.
Eleito com mais de 70% dos votos em junho último e tendo conquistado a confiança de 12.598 eleitores na composição política feita com o então vereador e atual vice-prefeito Saullo Adorno (PTB), Fernando Carneiro crê que o candidato a deputado federal Francisco Júnior poderá garantir recursos e benefícios para a Prefeitura de Niquelândia.
Segundo o prefeito, o candidato comprometeu-se a ajudar o município do Norte do Estado pleiteando emendas junto aos ministérios das Cidades e da Saúde, no Orçamento da União, se for eleito para uma das 17 vagas de Goiás na Câmara Federal.
O QUE DISSE FRANCISCO JÚNIOR – “O prefeito Fernando – homem simpático, bom médico, trabalhador e correto – preocupado com as coisas que estavam ocorrendo aqui em Niquelândia – aceitou colocar seu nome à disposição do nosso partido (o PSD) e foi quase aclamado prefeito numa campanha de poucos dias. Isso quer dizer que chegou o momento de nós darmos a nossa contribuição. Estou aqui em Niquelândia para dizer que não podemos parar e vamos, juntos, decidir quais são as prioridades para a cidade; para Goiás; e para o Brasil. Não estou aqui para fazer promessas. Porém, se vocês me ajudarem nesses 40 dias que faltam para a eleição, depois eu terei 4 anos para devolver esse apoio em forma de benefícios e desenvolvimento para Niquelândia no estímulo à geração de empregos; na Educação; na Saúde; na Segurança Pública; e todo mundo vai ficar feliz. Por isso, preciso que vocês caminhem juntos comigo, com o prefeito Fernando; com o Vilmar; e com o Valdemi”, discursou o candidato a deputado federal Francisco Júnior.
Composição com Marconi e Alckmin pode garantir Vilmar no Senado ainda no início de 2019
Depois de pedir votos para Francisco Júnior em Niquelândia, Vilmar Rocha mensurou a situação política do Estado e do País. Sem citar o nome do governador e candidato a reeleição José Eliton Júnior (PSDB) – a quem se opôs fortemente como postulante do Tempo Novo à sucessão de Marconi Perillo – Vilmar disse aos moradores de sua cidade natal que, como homem de partido, respeitou a decisão da maioria dos filiados do PSD que outorgaram apoio a Zé Eliton e decidiram seguir na base governista.
Numa polêmica se arrastou por meses, o presidente estadual do PSD deu seguidas declarações públicas de que Zé Eliton não representava “o novo” e nem “a mudança” na política goiana.
Segundo Vilmar, o grupo político que ocupa o poder no Estado desde 1998 a partir da primeira eleição de Marconi ao governo necessitava de uma oxigenação “com a apresentação de um nome da sociedade” para ser candidato ao Governo de Goiás neste ano.
Em linhas gerais, o presidente estadual do PSD desejava uma nova renovação, tal como ocorreu há 20 anos quando Marconi tinha 3% nas pesquisas para o Governo de Goiás e o então senador Iris Rezende liderava com quase 80% das preferências dos goianos.
Por isso, nesse ano, Vilmar dialogou pessoalmente com o deputado federal Daniel Vilela (MDB) e com o senador Ronaldo Caiado (DEM), que também são candidatos ao governo do Estado. Dada a expressiva votação de mais de 1 milhão de votos que obteve para o Senado em 2014 – quando foi derrotado por Caiado – Vilmar pretendia novamente pleitear nova candidatura para senador.
Amicíssimo de Marconi mas sem espaço para tal intento – a segunda vaga na disputa ao Senado na coligação foi garantida por Lúcia Vânia (PSDB), que busca a reeleição – Vilmar Rocha entendeu que era necessário partir para outra estratégia se quisesse continuar “vivo” na política em Goiás.
Segundo ele, em caso da eleição do ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), como presidente da República, Marconi deverá licenciar-se do Senado (se eleito, logicamente) para assumir um ministério num eventual governo tucano no País.
Se tudo isso ocorrer, Vilmar Rocha chegará ao Senado nos primeiros dias de 2019 já que é candidato à primeira suplência de Marconi Perillo. “Ele (Marconi) foi muito leal comigo na eleição passada (em 2014). Eu devo a ele essa gratidão por ter me apoiado e por ter atendido todos os meus pleitos para Niquelândia nesses 20 anos. Por esse projeto político, no plano nacional, é que aceitei ser o suplente do Marconi”, comentou Vilmar.
BOLSONARO PREOCUPA – No discurso que fez em Niquelândia, Vilmar também demonstrou certa em preocupação com a possibilidade do deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ) ser eleito presidente nas eleições de outubro.
De acordo com Vilmar, que conviveu com Bolsonaro por 20 anos no Congresso Nacional em Brasília, o militar reformado representa boa parte dos anseios da população brasileira no discurso em que prega investimentos na Segurança Pública para coibir a violência no País.
Porém, segundo Vilmar, como a fala populista de Bolsonaro apresenta soluções fáceis para problemas notadamente complexos, o País pode viver novamente o que ocorreu em 1989 com a eleição de Fernando Collor de Mello à presidência, pelo extinto Partido da Reconstrução Nacional (PRN).
A exemplo de Collor, que sofreu impecheament em 1992 e perdeu o cargo de presidente – Vilmar lembrou que Jair Bolsonaro disputa a eleição presidencial praticamente sozinho, num partido nanico.
A provável falta de apoio político de Bolsonaro no Congresso pode, na visão de Vilmar, igualmente resultar num processo de cassação tal como ocorreu também com a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que perdeu o cargo há exatamente dois anos em 31 de agosto de 2016.
“Vai ser muito difícil para ele (Bolsonaro) conduzir o País, se eleito. Sei que muitos aqui em Niquelândia são simpáticos a ele. Porém, pensem nisso e reflitam muito sobre o perfil de um candidato a presidente do Brasil que o País precisa nesse momento. O (João) Amoedo (do Partido Novo) é um perfil interessante. O (Henrique) Meirelles (do MDB, ex-ministro da Fazenda) também é um perfil interessante. Eu e o nosso partido estamos apoiando o Alckmin. Ele não empolga muito as pessoas – até chamam ele de ‘picolé de chuchu’ – mas o Alckmin, que é meu amigo desde 2006, hoje é o nome mais preparado para ser presidente da República por ter sido governador por quatro vezes em São Paulo. Se eleito, Alckmin vai ter apoio do Congresso e representa uma boa alternativa ao País. Porém, se ele não for eleito presidente, o meu partido (o PSD) poderá fazer uma composição com o eventual novo presidente. E, sendo assim, eu estaria entre os cinco nomes dentro do PSD para ser indicado para uma função relevante em Brasília”, afirmou Vilmar Rocha.