Agiota pode ter sido morto por vingança, segundo a Polícia Civil
Anésio Novais Dias, de 55 anos, recebeu quatro tiros na própria casa na segunda etapa do Jardim Atlântico, na noite da terça-feira/13: nada foi roubado do local
Duas linhas de investigação estão sendo trabalhadas pelo delegado-titular da Polícia Civil em Niquelândia, Cássio Arantes do Nascimento, na tentativa de elucidar as motivações do assassinato que tirou a vida de Anésio Novais Dias, de 55 anos.
Ele foi morto com quatro tiros em sua própria casa na segunda etapa do Jardim Atlântico por volta das 20 horas da segunda-feira (13) – onde estava na companhia de sua namorada Neiliane Francisco de Jesus.
Principal testemunha do crime, Neiliane relatou à autoridade policial que ela e Anésio haviam passado o dia no Santuário de Nossa Senhora da Abadia do Muquém. Ela, o companheiro e a filha dela dormiam num dos quartos quando escutaram um barulho no interior do imóvel.
Logo em seguida, segundo a mulher, dois homens apareceram de repente anunciando um suposto assalto. Porém, tão logo depararam-se com Anésio, os indivíduos começaram a atirar. Neiliane, então, correu para o banheiro e se trancou com sua filha.
Ela ainda gritou para que os autores não o matassem, momento esse que, segundo Neiliane, os assassinos tentaram arrombar a porta do sanitário onde ela havia buscado refúgio.
Quando teve certeza de que os criminosos foram embora, Neiliane saiu do banheiro e deparou-se com o corpo de Anésio, todo ensanguentado, em cima da cama.
A mulher começou a gritar por socorro e a Polícia Militar (PM) chegou à cena do crime, praticamente no mesmo instante que uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu/192). Porém, Anésio chegou morto ao Hospital Municipal Santa Efigênia.
AGIOTAGEM – Como o homem emprestava dinheiro com taxas de juros superiores às praticadas pelo mercado financeiro (o que se conhece popularmente por “agiotagem”), segundo a autoridade policial, um desacerto comercial entre Anésio e devedores de numerários pode ter contribuído para a tragédia.
Outra possibilidade apontada para o crime, de acordo com o delegado, foca numa suposta desavença da vítima com indivíduos que teriam sido autores de alguns furtos na casa de Anésio.
Ele teria descoberto um dos suspeitos e agredido – ou tentado a agredir essa pessoa – com pauladas. Como nada foi roubado da casa – nem mesmo a carteira e a picape Fiat Strada, cor branca, que pertencia a Anésio – o delegado não descarta a possibilidade de uma vingança.
“Estamos tentando alinhar esses pontos de convergência para termos uma posição mais concreta nessa investigação. Pelas evidencias iniciais, como ainda não foi dado pela falta de nenhum outro objeto na casa, não se trata de um caso de latrocínio (roubo seguido de morte). Mas sim de um homicídio, de uma execução, claramente. O que nos resta agora, sobremaneira, é identificar o motivo dessa execução”, comentou o delegado de Niquelândia em entrevista exclusiva ao Portal Excelência Notícias na tarde da terça-feira (14).
A Polícia Técnico-Científica, de Uruaçu, colheu vestígios na cena do crime e outros elementos que possam servir de prova pericial à elucidação do assassinato, de acordo com Cássio Arantes.
O corpo da vítima fatal foi levado ao Instituto Médico Legal (IML) de Uruaçu para os exames de praxe, sendo liberado para breve velório em Niquelândia e sepultamento nesta quarta-feira (14) em Planaltina de Goiás, município localizado no Entorno de Brasília.