MP e Polícia Civil apuram ‘doações’ para entidade de quilombolas
Em poder de Juarez Silva Rocha, líder da associação, PC apreendeu recibos de R$ 100 junto de formulários de programas sociais e R$ 5,9 mil em dinheiro
Atendendo pedido do Ministério Público (MP), o delegado-titular da Polícia Civil de Niquelândia, Cássio Arantes do Nascimento, instaurou inquérito policial na tarde da terça-feira (7) para apurar a existência de supostas irregularidades nas atividades da Associação Urbana e Rural dos Remanescentes de Quilombo Rufino Francisco, voltada à assistência de populações afrodescendentes.
A denúncia levada ao conhecimento do MP local dava conta de que a entidade estaria fazendo cobranças de valores em dinheiro de seus integrantes, com a promessa de facilitar acesso dessas pessoas à programas sociais dos governos federal e estadual.
A autoridade policial foi acionada por telefone pela promotora Nádia Maria Saab, titular da 1ª Promotoria de Justiça de Niquelândia, que pediu a presença de Cássio Arantes no Terminal Rodoviário da cidade.
Nesse local, de acordo com o delegado, havia grande movimentação de pessoas ao redor do presidente da entidade quilombola, Juarez Silva Rocha.
Anexo a um formulário de requerimento do Cheque-Moradia (programa social do Governo de Goiás) havia recibos de pagamento da quantia de R$ 100,00 segundo o delegado.
“Ele (Juarez) confirmou a entrega desses formulários e disse que esse valor era uma doação que cada um (dos associados) fazia voluntariamente para contribuir com a associação. Conversei com o Juarez, que nos disse que poderíamos levar o que fosse preciso; e formalizei a apreensão desses documentos e pastas que estavam numa sala da rodoviária, que podem ter relevância ou não no curso das investigações; e formalizei também a apreensão de R$ 5.900,00 em dinheiro – que seria fruto dessas doações dos associados – que estava com ele (Juarez) num carro. Agora, vou apurar se existe ou não legitimidade nessa cobrança; e também para saber se essa doação é fraudulenta ou não para, em tese, mascarar uma cobrança em troca da promessa de obtenção de um benefício. Tudo será rigorosamente apurado”, comentou o delegado de Niquelândia em rápida entrevista ao Portal Excelência Notícias na tarde da quarta-feira (8).