Cidade pode ter Dia Municipal de Combate à Violência Infantil em memória de Amanda

Palestrante do Programa Escola Sem Drogas da Polícia Civil desde 2008,o agente de investigação Erlandsson Bonfim de Sena, da Polícia Civil protocolou requerimento na Prefeitura de Niquelândia para que o fatídico dia de 16 de julho de 2018 seja incluído pelo prefeito Fernando Carneiro da Silva (PSD) no calendário oficial da cidade como o “Dia Municipal de Combate a Violência Infantil”.

A data poderá ser instituída em memória a Amanda Vitória Soares de Araújo, brutalmente morta com apenas três anos de idade em razão de graves lesões físicas e abuso sexual, por um adolescente de apenas 15 anos.

Erlandsson explicou que o objetivo maior é promoção de campanhas orientação e prevenção no combate à violência às crianças e adolescentes, a exemplo do que acontecem anualmente em 18 de maio nacionalmente com seminários, palestras, debates e outras iniciativas.

“É uma ação de questão humanitária mesmo. Nesses 10 anos de palestras nas escolas públicas de Niquelândia  já ouvi muitos professores e diretores fazerem relatos de abuso sexual e de violência infantil no ambiente doméstico cometidos contra crianças – com toda sorte de maldade possível – praticada pelo descontrole familiar, de modo geral”, explicou o agente lotado no DP de Niquelândia.

Os números desses crimes – previstos tanto no Código Penal quanto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) –  têm crescido em várias cidades do Brasil, inclusive em Niquelândia. Em abril, outro caso de violência contra criança foi destaque na imprensa. Mãe e padrasto foram presos suspeitos de torturar uma menina de quatro anos na zona rural da cidade. Após denúncia da avó, a criança foi resgatada e apresentava lesões diversas por todo o corpo, tanto recentes quanto mais antigas.

A instituição dessa ação na forma de Lei reafirma a importância da implementação de um Plano de Enfrentamento a esse tipo de violência, em âmbito municipal, por meio da atuação em rede, abrangendo todas as famílias e garantindo às crianças a plena aplicação do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei Federal 8.069/90).

Vale ressaltar que crianças e adolescentes são vítimas, na maioria das vezes por pessoas próximas como pais, avós, tios, primos, padrastos, vizinhos e professores, o que as deixam muito mais suscetíveis a abusos pela questão da confiança.